Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

02
Mai 18

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A primeira vez que fui a “Bila Rial” era muito pequenito, ainda hoje sou, mas naquela ocasião além de pequeno era de tenra idade. Mas recordo-me muito bem de ter passado nas “moas” e dormir na pensão Cardoua, perto da ponte de ferro. O que motivou a viagem nunca cheguei a saber pois nunca me ocorreu perguntar a minha mãe qual a causa. Mais tarde voltei lá agora já com cerca de 14 anos, mas por caminho diferente. Parti de Fermil de Basto, um dia pela manhã, cedinho. Eram 07h00 quando junto à ponte do engenho, onde nasce o estradão de acesso à casa da Boavista e do Outeiro, as ouvi badalar na torre de Santa Maria de Veade.

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Os dias em Agosto além de grandes são também muito quentes e eu que gosto muito do Verão, já do pino do calor não sou grande apreciador. Mas naquele dia fui forçado a gostar pois tinha bem mais de meia centena de km para fazer e vencer o Marão por Pardelhas, alto do Velão - foi o cabo dos trabalhos para vencer este trajeto até ali, na várzea perdi a orientação -,  Campeã, Arrabães e por Parada de Cunhos entrar em Vila Real. Ali devo ter chegado por volta das 20 ou 21h00, pois que na estrada de acesso a Chaves, junto ao antigo quartel da GNR, logo à frente do também antigo quartel de Infantaria 13, havia muitos miúdos entretidos a brincar uns com os outros. Eu se não brinquei também, pelo menos partilhei das brincadeiras deles. E é curioso que passados anos pude reviver imagens dessa aventura com personagens com quem então me cruzei. O mundo é muito pequeno, e nós afinal também.

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O meu objectivo era encontrar quem me desse trabalho que eu gostasse de fazer, e assim foi. Em Lordelo morava o Sr. Gaspar, já idoso e que precisava de quem cuidasse de uma vaca leiteira, taurina, pensando-a, mungindo-a e transportando diariamente o leite ao deposito de recolha. Ali estive algum tempo e ali me encontrei por mais que uma vez com um filho do meu amo que em Mondim de Basto era soldado da GNR, o guarda Gaspar. Dali fui aprender uma profissão que em homenagem a quem ma proporcionou exercer abracei para toda a vida. Mas antes de  ir para Lordelo estive uns dias em Arrabães, na que chamam a “Cidade da Cobra”, e lá ouvi contar a história respeitante a essa lenda. Diz a mesma que antigamente foi vista uma cobra que habitava no leito do rio Sordo, e num Verão em que o rio secou a bicha sentiu sede e caminho fora veio beber a uma fonte existente a uns 300 metros, e contam que a cobra estando a beber na fonte ainda tinha o rabo dentro do Sordo. Que grande cobra!

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Lugar da freguesia de Torgueda, Arrabães tem Santa Apolónia por patrona que por regra festejam no seu dia litúrgico, 09 de Fevereiro. Com missa e procissão à volta do populoso e simpático lugar que na década 50 me acolheu por alguns dias, dos mais felizes registo. Na GNR de Vila Real era comandante o capitão Botelho da Costa, um filho de Torgueda, natural de Arrabães. E também eu por lá ando ligado.

 PS. das quatro fotos só a primeira, tirada de Fermil de Basto, é da minha lavra as referentes, sobre  Arrabões recolhias na net. 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 16:00

08
Jan 16

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Desde a sua entrada em Vilar de Ferreiros que também o seu labor na paróquia começou por ser acompanhado e divulgado pela imprensa regional que logo notou no “padre novo” de Vilar algo que não era habitual ver. Isso valeu que mais tarde aparecesse publicado um comentário a dizer: “Sacerdote exemplar e pároco atento às carências espirituais e humanas dos paroquianos, a sua acção ficou marcada logo no inicio da sua chegada a Vilar, na década de 60, quando confrontado com a  pobreza de alguns paroquianos se lançou na construção de habitações e solicitou apoio alimentar à Caritas para os mais necessitados. Entretanto vieram dias melhores e a briosa iniciativa deixou de ter sentido, pois cada um passou a usar da sua cana para pescar”.

 

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Noutra local consta registado: “Mas o papel mais importante do abade Correia Guedes foi e é o desempenhado, na condição de pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros, como Presidente da Irmandade de Nossa Senhora da Graça, e que se pode ver bem realçado na obra ali realizada e muito louvada por todos quantos sobem ao cimo do Monte Farinha, mormente os devotos de Nossa Senhora e do Santinho, Santiago”. Já não é, mas ficou a memória.

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Em blog meu escrevi, em Abril de 2013: “Nas minhas "velharias" fui encontrar esta foto alusiva a uma das grandes peregrinações de Setembro, no Monte Farinha, onde se reconhece bem o então bispo da Diocese, D. António Cardoso Cunha; o arcipreste de Mondim de Basto, Sr. Padre Domingos; o "gigante com coração de pomba", Sr Padre Correia Guedes; e o "mestre florestal", Sr. Teixeira, de Sobreira, e outros cujo nome ignoro. Dos citados já só o Sr Padre Guedes faz parte do nosso mundo terreno, mundo no qual a missão sacerdotal, a exemplaridade do cidadão e o espírito de serviço e verdade do Padre Guedes muito têm contribuído para tornar esse "Mundo Melhor". De D. António Cardoso recordo para lembrar que não foi sem antes medir bem a decisão que a Diocese de Vila Real - primeiro graças a D. António Valente da Fonseca - tomou de devolver a administração da Ermida do Monte Farinha à paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, pondo fim a uma abusiva usurpação de direitos paroquiais que vinha do tempo da 1ª Republica”. Recordo porque também já o Padre Manuel Guedes deixou de fazer parte dos vivos a que faz referencia a noticia. Sem foto para ilustrar, recordo ainda o “1º Encontro da colónia de Vilar de Ferreiros, em Lisboa”, que sem precisar o ano, sei foi na década de 60. Assim referido:  “A colónia de Vilar de Ferreiros em Lisboa, por  meados da década de 60 deu inicio a um convívio anual, cujo 1º me recordo decorreu na Casa Pia (instalações de Pina Manique - Restelo) e foi animado pelo Rancho da aldeia de Vilarinho. Com o rancho, vieram então muitos residentes da  freguesia, entre eles o respectivo abade, Sr. P. Manuel Guedes, que celebrou na histórica igreja da Memória (à Calçada do Galvão) para todos os participantes desse convívio”. Encontro que deixou de continuar fazer-se, por falta de organizadores.

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Promotor de eventos paroquiais como no Dia do Pai, festejar a data na capela do Fojo, foi iniciativa sua, que em Março de 2009 era citada, assim: “Como já vem sendo tradição, para festejar o "DIA do PAI ", os "Josés" de Vilar de Ferreiros e demais freguesias vizinhas reúnem-se anualmente no dia 19 de Março à volta de uma celebração Eucarística que tem lugar na capela do Fojo e cujo patrono é São José”. Deixa trabalho feito que vai perpetuar seu nome na memoria das gerações actuais, como se prolongará de geração em geração neste freguesia e nas demais onde o seu múnus e zelo sacerdotal se fez sentir. Gastou-se ao serviço da Igreja e das almas, motivo que por ocasião do seu ultimo aniversário natalício anotei: “Com 58 anos de sacerdócio vividos e postos ao serviço do concelho de Mondim de Basto, como pároco e agora capelão do Lar da Misericórdia, o abade Guedes é por direito não filho adoptivo, mas um mondinense de corpo e alma. Pelo seu aniversário natalício, os meus parabéns e votos de um 04 de Julho para repetir”. Não foi assim que Deus determinou, antes o quis junto de Si. Com certeza que lá o tem muito feliz.

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Natural de Torgueda (Vila Real), onde nasceu a 04 de Julho de 1932, o padre Manuel Joaquim Correia Guedes foi ordenado sacerdote a 21 de Setembro de 1957. Durante todo esse seu múnus sacerdotal foi gasto ao serviço do concelho de Mondim de Basto, que amava como terra sua, e de forma particular a freguesia de Vilar de Ferreiros, sua terra adoptiva, onde faleceu no passado dia 03. Não se importaria nada se os seus restos mortais ali fossem sepultados. Mas a família, e bem, quis leva-lo a sepultar na terra onde repousam os seus antepassados. Torgueda merece essa honra. No dia 04, após a missa de corpo presente, às 14h30, presidida por D. Amândio Tomás, e que cerca de 30 sacerdotes concelebraram, o cortejo fúnebre partiu pelo Bilhó, capela de São José do Fojo, Ermelo e Campeã, em direcção a Torgueda. Esta foi para mim, uma das muitas vezes em que me desloquei à minha aldeia natal e que regressei sem sustentar e fortalecer com palavras aquela amizade que mutuamente nos unia. Não faltei no momento doloroso e ao regressar desta ultima visita que a nossa amizade solicitou prometo que jamais deixarei de diariamente o recordar a Nossa Senhora da Graça”. Recortes duma eterna amizade.

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 20:27

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