A “Festa do Bodo” que se realiza em Pombal, anda ligada a uma lenda associada à capela que foi chamada de Nossa Senhora de Jerusalém. E relacionada com uma procissão de preces que ali terminara nesse incerta ocasião. Motivo: o de pedir a interseção de Nossa Senhora para acudir a uma “praga de gafanhotos” que se tinha instalado na região e dava cabo das produções agrícolas que eram o sustento daquele povo laborioso. Contam que era tão grande a praga que obrigou o povo a ir à igreja de São Pedro da que então era a matriz de Pombal iniciar a dita procissão. Logo foram atendidos, e no ano seguinte foi D. Maria Fogaça, assim se chamava a senhora, que tomou a seu cargo fazer o dispêndio da festa religiosa. Uma vez reconhecido o milagre celebrou-se nova missa solene. Muito do que foi a história consagrada a este evento já desapareceu ou está abafada pela crosta poeirenta dos anos . Do forno onde se cozia o bolo do bodo, nem pedra dele existe. Deram cabo dele logo após a implantação da Republica, em 1910. Também anos depois, o Bispo de Coimbra contribui-o ao proibir a entrada na cerimónia religiosa do “homem do forno”, não apenas em Pombal, como noutras terras da região: Santiago de Litém, Abiúl e Avelar. O "homem do forno" era aquele que depois do forno aquecido e pronto para cozer a fornada do bodo, entrava dentro do forno e dava uma ou duas voltas lá dentro, antes de se enfornar o pão. Hoje quem na ultima semana de Julho vai às festas do Bodo a Pombal, já só de Nossa Senhora do Cardal tem noticia. Da capela de Nossa Senhora de Jerusalém, da igreja de São Pedro, do seu castelo e do mais que a história antiga de Pombal tem para pesquisar, e que vem do tempo dos Templários, já pouco ou nada se conta. E é pena, porque a história faz-se precisamente destes pedaços de sabedoria que o povo constrói.