Não me canso de visitar e gozar do mar da Praia do Pedrógão que da Rotunda da Cáritas até à sua similar das “Pedras” oferece de areal cerca de 1500 metros para delicia dos veraneantes que de perto ou longe a procuram para férias e tempo de lazer. É a única praia do concelho de Leiria, e situa-se na freguesia do Coimbrão, a norte do Pinhal de Leiria, de modo que também o famoso pinhal ali toma o nome de Mata Nacional do Pedrogão
O seu fino e longo areal, adornado por extensas dunas que o cardo marinho enfeita, e ajuda na proteção e conservação da paisagem, seduz. Quase à meio século que sou visitante desta praia que ainda conheci com familiares muito chegados a alguns dos personagens que Aquilino Ribeiro agarrou para figurarem em A Batalha Sem Fim. A ti Bica, que morava ao lado da capela, enfrente da casa do ti Poças, do Coimbrão. Muitos dos Miras, familiares do arrais Luís Mira; e nomes de muitos mais pedroguenses com quem convivi. O ti Sousa da taberna, que foi guarda fiscal; a ti Gaiteira, que vendia peixe na Bajouca; o Zé Cego, com quem eu gostava muito de conversar. E muitos dos tradicionais veraneantes que nas férias eram certos no Pedrogão. Já muito escrevi sobre esta estância balnear, como alguém a seu tempo descobriu, e eu, em post intitulado A Praia de Pedrogão, de 23/11/06, dei a saber, deste modo : “Acabei de dar uma vista d'olhos por um livro que minha mulher me ofereceu em Agosto, e que adquiriu quando em férias na região leiriense. É o livro que faltava à terra, e que um conimbricense, com o apoio da Câmara Municipal de Leiria e mais o patrocínio da Junta de Freguesia do Coimbrão, da Associação Cultural, Desportiva e Promotora da Praia do Pedrogão e da Tribuna da Marinha Grande, agora materializou. De seu titulo "PRAIA DE PEDROGÃO - locais, gentes e memórias", este trabalho monográfico vai de futuro passar a ser um guia indispensável a todos os forasteiros e estudiosos interessados em conhecer pormenorizadamente esta localidade que anteriormente Aquilino Ribeiro descreveu em "A Batalha Sem Fim".
O autor, natural de Coimbra, é um frequentador da Praia, que já conheço ali de vista há mais de um quarto de século, sem que entretanto, como se dizia na minha região, alguma vez fosse a falas com ele. Mas se não estou em erro, também ele, como eu, é daqueles veraneantes que gostam mais do "Paredão"... do que de areia...; fazendo parte daquela equipa de que por último restavam só os saudosos dr. Rui de Carvalho e o Prof. Garcia. Eu falo assim por ao identificar agora, pela foto, o dr. António Inácio Nogueira, me ter vindo à memória uma das imagens recentes que tenho dele na retina a passear-se na avenida marginal da praia que tão admiravelmente, no seu todo histórico e etnográfico, acaba de radiografar desde as origens até aos nossos dias. Depois como é que não se há-de ficar satisfeito, se ao folhear um livro o leitor, sem esperar, dá de caras com o seu nome referenciado na obra? Foi o que sucedeu quando na página 57 sou citado como colaborador do Mensageiro. Confesso que foi surpresa; que entretanto agradeço, e por isso aqui estou mais apressado a felicitar o autor deste aprofundado trabalho de pesquisa que tem a chancela da Magno - Edições (Leiria).
Que nenhum veraneante ou amigo desta típica aldeia balnear do concelho de Leiria deixe de possuir o livro "Praia de Pedrogão-locais, gentes e memórias", aconselho eu”. Esta praia que durante muitos anos andou esquecida das forças vivas do concelho tem vindo a granjear simpatia não apenas dos naturais da região como dos muitos admiradores e frequentadores do seu areal, a construção civil entrou ali, os comerciantes também se fixaram em especial na época balnear, um conceituado parque de campismo instalou-se, e nada mais nos falta no Pedrogão para se gozar umas férias em beleza. Para zelar pelo interesse da praia e dos seus utilizadores lá temos a Liga Amigos do Pedrogão a cuja Assembleia-Geral preside José Pedrosa Pacheco. E tem havido resposta por parte das entidades responsáveis como foi o caso da Câmara de Leiria que este ano apostou na melhoria de toda a marginal, desde a rotunda norte até à do sul, com asfalteamento da via, construção de passadiços, e não só. Obra que rondou o meio milhão de euros, muito bem empregue, porque o Pedrogão merece e os amigos do Pedrogão também. Como a localidade também o “Corre água” e a lagoa da Ervideira, sitios vizinhos e dentro da Mata Nacional do Pedrogão, são espaços a ser realçados visto que convidam a um passeio quem queira conhecer melhor os encantos da região.