Remonta ao século XIII e a sua origem deve-se a um segredo revelado pela freira agostinha Juliana de Mont Cornilon ao cônego Tiago Pantaleão de Troyes arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica. O papa na época era Urbano IV. Consistia na revelação de que Jesus Cristo lhe manifestava desejo de que o mistério da Eucaristia devia ser celebrado com muita dignidade. Mas foi em Orvieto, onde o Papa tinha os seus aposentos que se deu o milagre de Bolsena, em que o sacerdote celebrante da Eucaristia no momento de partir a Sagrada Hóstia viu sair sangue que manchou de forma misteriosa o corporal (pano) onde se apoia o cálice e patena durante a Missa. Foi então que Urbano IV determinou que todos esses objetos milagrosos fossem trazidos em procissão para Ovieto, em 19 de Junho de 1264.
Esta terá sido a primeira festa do Corpo de Deus ou Corpus Christi. Mas institucionalmente só depois da publicação da bula Transiturus, de 08 de Setembro de 1264. E para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava do Pentecostes. Em Portugal, celebra-se em todas as dioceses, sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. É feriado e dia santo de guarda que por ser festa móvel apesar de sempre calhar à quinta-feira, a data altera de ano para ano e tem a ver com o tempo pascal. Este ano coincidiu com fim do mês de Maio, dia 31, e em Lisboa foi presidida pelo Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente. Aliás é recomendado pela Igreja que seja o bispo diocesano a presidir a esta festa.
Muito participada e muito bem representado pela municipalidade e gostei de ver no meio das pessoas anónimas figuras publicas à mistura, uma foi Assunção Cristas. Também é bom que os políticos deem a cara nestes atos que só dignificam quem neles toma parte. Bem lá gostava de ver outros, mesmo que só para ingles ver, como fazem na governação ...
O trajecto foi sair da Sé às 17h00 pela Rua das Pedras Negras, Rua da Madalena, Poço do Borratem, Praça Martim Moniz (contornando o Hotel Mundial ), Rua da Palma, Rua Dom Duarte, Praça da Figueira, Rua da Prata, Rua da Conceição, Largo da Madalena, Rua de Santo António da Sé e Largo da Sé, onde por vota das 19h00 regressou e Dom Manuel Clemente agradeceu a presença de todos os presentes e que de um modo ou outro deram brilho a este passeio que Deus vivo fez pelas ruas da cidade, e com centenas de fieis ora incorporados no cortejo ou espalhados ao longo do trajeto.
Há muito que não via coisa assim. Só para fazerem uma ideia, já o topo do cortejo tinha chegado ao Largo da Sé e ainda a cauda estava a sair da Praça da Figueira. Gostei e vi muitas caras conhecidas, até da Bajouca.