Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

10
Jul 15

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Na recente visita que fiz a Ávila, para em peregrinação partilhar das celebrações do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus (1515-2015), além do sentimento que animou a minha deslocação em ano jubilar, acresce a satisfação de saber que à biografia de Santa Teresa, também Nossa Senhora da Graça lhe anda associada. A morte de sua mãe quando ela tinha apenas 14 anos causou-lhe uma profunda tristeza, o que levou o pai a interna-la num colégio de freiras agostinhas em Ávila, o Convento de Nossa Senhora da Graça. Conta ela: “Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então, dirigi-me a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". “1531 - Teresa entra como aluna interna na convento de Nossa Senhora da Graça”. Esteve ali só cerca de ano e meio. Faltava-me fazer alusão a este pormenor que não fiz, de ter ido descobrir a Ávila que também Santa Teresa de Jesus foi devota do culto graciano.

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Passava a oportunidade, se entretanto não deparasse com um arrolamento creio que da responsabilidade da Junta de Freguesia de São Cristóvão de Mondim de Basto, onde nesse apanhado faz um esboço histórico muito interessante sob titulo “Monte Farinha ou de Nossa Senhora da Graça” que peca pela pouca profundeza com que analisa e expõe matéria de interesse histórico e cultural, como é o caso de “nas Inquirições de 1220 já constar citadas duas capelinhas no Farinha”, uma no cimo, a São Veríssimo”, e outra nas proximidades da Fonte da Costa, a Santo Apolinário. Que grande trapalhada! Santo Apolinário se teve a sua capelinha foi nas proximidades da Pedra Alta, onde perto ainda hoje existe essa tradição e a Fonte de Santo Apolinário.

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Também não é correcto designar a Pedra Alta por menhir, que não é, quando muito pode, isso sim, incluir-se no rol do “culto das pedras”, como aventou D. Domingos Pinho Brandão. O mesmo em relação à lenda do “Corujeiro” que não anda associada à Pedra Alta mas a um dos cerros vizinhos da Pedra que Fala. E no que se refere às alegorias consagradas aos devotos de Nossa Senhora da Graça e de São Tiago, recordo aquela quadra popular que no inicio da década de 60 pôs Vilar de Ferreiros e Mondim, em verdadeiro pé de guerra: “ Fui à Senhora da Graça/Fui encontra-La a chorar/Eram os ladrões de Mondim/ Que nos a queriam roubar”, claro que este roubar não tem o sentido que os dicionários lhe dão. É bom recordar o passado e assim fazer história, história aqui realçada e que encerro com uma quadra recolhida do texto em apreço, que canta: “Nossa Senhora da Graça/Milagroso São Tiago/Subi o monte e rezei/O que prometi está pago”. Não à promoção das terras sobre falsos alicerces.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 22:10

27
Jun 15

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         No dia 21, domingo, deixamos Ávila e de regresso, em Salamanca, tomamos a direcção de El Cabaco para visitar o santuário de Nossa Senhora da Penha de Francia que fica no topo da Sierra de Francia, envolvido pelo Parque Natural das Batuecas-Serra de Francia.

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           Com todo o extenso planalto aproveitado, é um regalo ver manadas de gado a pastar, e sementeiras verdejantes, onde o regadio por expressão actua. Depois o zelo em proteger com projectos adequados pontos de interesse turístico e de lazer como miradouros e veredas. Só por curiosidade tirei uma foto a um cartaz da Junta de Castela e Leão onde disponibiliza para o Parque Natural das Batuecas 181.646.65 Euros. Até parece que se está Portugal…

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           A coroa deste Parque Natural é o santuário de Nossa Senhora da Penha de Francia localizado  a 1.723 metros de altitude, considerado o santuário mariano mais alto do mundo. Conhecido pela sua “Virgem Negra”, este famoso santuário é praticamente impossível visitar durante o Inverno, por causa da neve, mas de Verão tem grande afluência de peregrinos e turistas. Dispõe de uma grande hospedaria, além do convento onde residem os frades dominicanos, desde 1437.

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        A história deste santuário remonta ao séc. XVI, quando por volta de 1534, a 19 de Maio, certo peregrino francês sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no topo da escarpada montanha, devido à guerra entre cristãos e muçulmanos. Durante cinco anos, Simão Vela, assim se chamava o peregrino, andou procurando a dita serra, até que um dia teve a indicação e para lá se dirigiu. Aconteceu que “Após três dias de intensa caminhada, ele próprio, em seus êxtases ouvir sempre a advertência divina: "Simão, vela e não durma!" (pelo que passou a adoptar o sobrenome de Vela, como ficou conhecido), escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava”.

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             Daquele famoso santuário em dias sem névoa consegue enxergar-se os Pirenéus e a serra da Estrela. Outro louvar a Deus, é ver nesta montanha os animais selvagens aproximam-se do santuário sem receio dos humanos forasteiros. Aqui a dois passos da estrada um fato de cabras-montes repousa a remoer o repasto da manhã.

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          Percorridos que foram os cerca de 190 km. que separam Ávila do topo da Serra de Francia, agora com a visita feita ao sedutor santuário mariano de Nossa Senhora da Penha de Francia, á que descer ao encontro do autocarro que estacionou junto da Capela do Sto. Cristo, e descer uns 12km, pela sinuosa estrada florestal, para lá no fundo pela SA-201 seguir durante mais uns 10km até La Alberca, onde nos esperava o almoço.O nosso Monte Farinha (Nossa Senhora da Graça) é impressionante, mas a Serra da Penha de Francia tem quase o dobro de altitude! É muito, e a garra dos portugueses é pouca em relação à dos espanhóis.

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           La Alberca e a região à sua volta foram repovoados com muita gente de origem francesa que aqui chegou com D. Raimundo de Borgonha, nobre francês casado com D. Urraca, tia de D. Afonso Henriques.

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         Situada a 1087 metros de altitude, esta bonita povoação espanhola fica junto à Sierra da Penha de Francia, na província de Salamanca e dista de Vilar Formoso (Portugal) cerca de 60km.

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           O almoço foi no Restaurante La Taberna que fica na Praça Maior, nº 5, muito bem servido e por isso os meus parabéns. Nesta terra, onde a crise não chegou, bem podiam os portugueses e os autarcas do nosso interior irem recolher exemplos de vida comunitária, recuperando casas e mantendo-as habitadas com gente ocupada em labores regionais para comercializar. La Alberca conserva quase mil habitantes permanentes usando desse sistema.

          Ao chegarmos estava a partir um grupo de motoqueiros, onde iam portugueses integrados. Terminado o almoço partimos também nós em direcção a Portugal, mas entretanto ainda paramos em Fontes de Onor.

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           E depois já em Portugal na aldeia de Pinzio, onde o Sr. Padre Melquiades celebrou a Missa dominical. Pinzio que já há muitos não visitava, e que ficava na estrada da Guarda para Vilar Formoso. Com as auto-estradas esta e muitas outras aldeias em Portugal estão condenadas a desaparecer do mapa. Mas em Espanha, não.

        Finda a eucaristia foi o regresso a terras leirienses, onde por volta das 19h30 chegamos duma peregrinação em ano jubilar por terras de Santa Teresa de Jesus e visita à "Virgem Negra" da Penha de Francia.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 19:04

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