Hoje enquanto a minha esposa foi com três sobrinhas enfeitar as campas dos ente queridos ao cemitério, para amanhã, dia 5, estarem asseadas ao receber a romagem que se não fez no Dia dos Fieis Defuntos, fui eu com outro sobrinho percorrer parte do Pinhal de Leiria que o fogo destruiu no mês passado. Ainda não tinha tido oportunidade de ver in loco os efeitos dessa tragédia que se abateu sobre esta faixa que de Pataias se estendeu até para além da Mata do Urso.
Fiquei desolado com o que vi. E a pensar na pequenez do ser humano face à força da natureza. Mas também na incúria que por vezes em nós se revela no cuidar daquilo que podemos fazer e não fazemos para atenuar os efeitos negativos dessas forças poderosas. A protecção a 100% das matas e das pessoas, coisa que não tem constado, nem consta no programa de nenhum governo, por forma a que jamais dramas como o de Pedrogão Grande e o de Oliveira do Hospital se não voltem a repetir.
Mais de uma centena de vidas perdidas nestes dois incêndios é demasiado trágico e vergonhoso para um país que deu novos mundos ao mundo: Portugal. E o Pinhal de Leiria deu madeira para muitas das caravelas dos nossos famosos descobridores.