Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

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Foi através de Barroso da Fonte que soube da morte do Padre António Cardoso, sacerdote zeloso da missão e jornalista distinto que se notabilizou como director do Jornal “ A Voz de Trás-os-Montes”. Natural de Celeirós (Sabrosa), onde nasceu a 31/03/1922, o Padre António Maria Cardoso, faleceu a 11/07/16, no Lar de Santo António, Araucária, em Vila Real. Ordenado sacerdote em 23/12/944, pelo Bispo D. António Valente da Fonseca, foi professor, capelão militar e considerado um dos grandes pregadores da diocese. Tinha nele um verdadeiro amigo, e sempre que passava por Vila Real ia visitar. A ultima vez que o fiz recebi dele uma lição. Estava hospedado no Hotel Miracorgo, e como veio a-propósito citar o nome, pronunciei “mira côrgo” e logo o meu saudoso amigo interferiu: - aqui, em Vila Real, não se diz  “Côrgo”, mas "Córgo". Pena tive de ser preciso um Barroso da Fonte me enviar um artigo seu para receber tão triste novidade. Estes transmontanos! Foi assim, por Barroso da Fonte:
"Faleceu dia 11 e foi sepultado no dia seguinte. Completara 94 anos em 31 de Março. Veio ao mundo em Celeirós do Douro, concelho de Sabrosa. Foi ordenado pelo Bispo D. António Valente da Fonseca e celebrou a primeira Missa,em 31-12-1944. Mais tarde fez o Bacharelato na Faculdade de Letras de Lisboa e efectivou como Professor na Escola Secundária de S. Pedro, em Vila Real. Foi um dos mais conhecidos pregadores do seu tempo, ficando célebres os sermões que fez, em 1954, durante a visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, na sua peregrinação pelo distrito de Vila Real. Leccionou no Seminário de Santa Clara, no Colégio da Boavista, no Liceu de Vila Real, no Liceu Mousinho de Albuquerque, em Moçambique, onde foi Capelão militar, na Escola Secundária de Sabrosa e na Preparatória de Diogo Cão. Foi pároco de Provesende e de S. Cristóvão, Gouvães e Celeirós do Douro. Assistente religioso da UTAD. Foi presidente de Lions Clube de VR, colaborou com a Cruz Vermelha Portuguesa, Cofundador do Movimento 10 de Junho e cofundador da Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar, da qual foi capelão nacional. Foi igualmente sócio Fundador e dirigente do Gabinete de Imprensa de Guimarães, do Instituto Português da Imprensa Regional e da Associação Portuguesa da Imprensa Regional. Colaborou em diversos programas das rádio Alto-Douro, na Rádio Clube de Moçambique, na Rádio Universidade do Marão e foi o substituto do Padre Henrique Maria dos Santos, como Diretor deste Jornal. Foi com ele que a Voz de Trás-os-Montes deu o salto qualitativo que ainda hoje prossegue, para ser um dos mais conhecidos, influentes e disputados Semanários do País. Escreveu mais de uma dúzia de livros e, pelo que foi, como Padre, como docente, como orador e purista da Língua Portuguesa, bem merece da sociedade Portuguesa uma justa homenagem. Vila Real que tem mostrado grande sensibilidade em perpetuar a memória dos seus mais ilustres filhos, certamente irá perpetuá-lo na sua toponímia, assim como Sabrosa e Celeirós do Douro.
O padre António Maria Cardoso deixou uma vaga difícil de preencher no clero diocesano de Vila Real, no tocante à pregação. Dotado de palavra fácil, com uma diversidade verbal rica, fluente, sóbria e numa tonalidade de voz impressionante, fascinava quem o ouvia e quase inspirou «o ponto» que os pivôs televisivos e até políticos de proa usam hoje para os seus comícios ou recados mais ríspidos para com os adversários.
A dicção favorecia-o, o gesto bem treinado, reforçava a harmonia do discurso e tudo, naquele bem falante, era agradável de ouvir. Falava-se num Padre Luís Castelo Branco, parente de Camilo como possível mestre de António Maria Cardoso. Pessoalmente fui influenciado na ânsia de imitar o Padre Cardoso, já que não conheci o Padre Luís. Mas este pedagogo, professor, jornalista e dirigente associativo, ficará na retina de muitos jovens da minha idade que passámos pelo mesmo seminário e tivemos a sorte de o conhecer por muitos e bons anos. Homens como António Maria Cardoso nascem de século a século. E é também por isso que aqui deixo a este notável Transmontano a minha profunda gratidão".

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 21:49

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