Hoje vou...até Cavez, ou melhor dito, ao lugar de Arosa, onde quem se dirige do Arco de Baúlhe para Ribeira de Pena, deixa o Minho e entra em Trás-os-Montes. Pequeno povoado, vizinho da famosa ponte de Cavez, é servido pela EN. 206, e situa-se ao fundo de uma elevação geográfica descaída para o leito do Tâmega. Foi tristemente noticiada em Dezembro de 1981. Um imigrante que havia regressado ao país e ali fez habitação e montou café, acabou por nessa ocasião tudo perder e até a própria vida, numa tarde de domingo trágico para toda aquela terra.
Foi no dia 27! Demorou poucos segundos para que uma bolsa de água acumulada nas traseiras da casa, devido a forte tromba de água, destruísse as paredes e surpreendesse quantos estavam no estabelecimento que sem tempo para fugir foram arrastados com pedras, árvores e tudo quando desceu do monte, ceifando a vida a 15 pessoas, e deixando feridas 14.
Ao Jornal de Noticias, contou, em 2006, tinha então 51 ano, o Manuel Eduardo Carvalho, uma das testemunhas oculares da tragédia, dizendo: “ Eu estava no café e ouvi um estrondo grande e a luz falhou. Senti um peso em cima de mim muito frio. Eu ainda consegui sair pela porta mas estava tudo negro e eu só pude chamar pelo meu irmão. Mas a lama era muita”. Para assinalar a tragédia, lá se mantém a rotura por onde a força da água enlameada empurrou a cerca de 30 pessoas que atraídas pela televisão a cores ali se encontravam naquela noite fatídica atraídas pelo futebol. Alem da casa, que ainda não há muito vi conforme ficou da tragédia, também ao lado um monumento foi construído para assinalar o facto e perpetuar o nome das vítimas que perderam a vida. Sempre que passo por ali costumo parar e recordar esse triste acontecimento que no próximo dia 27 de Dezembro de 2014 vai fazer 33 anos que aconteceu. Porque a memória dos homens é curta aqui recordo hoje a catástrofe de Cavez.