Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

13
Jun 18

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O adágio que na minha terra-berço ouvi e aprendi só passados muitos anos, cerca dos 80, pude confirma-lo, mediante a temperatura e os chuviscos com que a natureza nos presenteou neste inicio do mês de Junho de 2018. Não me lembro de como este ano o adágio assentar tão bem quando diz: “ A velha guardou a melhor cepa para comer as cerejas à lareira”. Antes dos Serviços de Meteorologia existir, os homens guiavam-se primeiro pelo sol, pela lua, pelas estrelas e depois mais tarde pelos Borda d’Águas, que foram os primeiros a fazerem o arrolamento do saber secular e empírico dos povos. Mas ainda hoje há quem semeie e plante em obediência às regras tecidas pelos bordas d’água que têm nas luas e nos ditos populares forte sustentação.

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Depois dum ano em que Portugal foi martirizado com incêndios florestais, entramos noutro com chuvas torrenciais que já destruíram plantações, culturas, animais e alfaias agrícolas por todo o país. Logo em Março, o chuva intensa e um tornado no Algarve fez uma vitima por afogamento, num carro arrastado por uma ribeira, foi em Castro Verde. Mas por todo o território nacional se fez sentir o mau tempo com portos e barras marítimas encerradas. Também em Lisboa a forte ondulação obrigou a cortes da circulação, na marginal, entre Cascais e Lisboa. Quando se pergunta: se será da mudança climática? - Não digo que sim ou que não. É verdade que no dia 1 de Junho  começou o Verão Climatológico, aquele que assinala a média histórica das temperaturas, mas de momento, tempo quente não se sente. Apenas um adágio popular para dar a resposta certa. Que eu corroboro: não só a velha, mas também o velho guardou o melhor cepo para comer as cerejas ao lume. E além da corrupção o que mais virá para o resto do tempo que falta deste 2018?

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 17:13
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12
Jun 18

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Rara é a vez que não aconteça haver funeral sempre que venho à capital do barro leiriense, e hoje dia 12 foi logo que cheguei. Logo que subi a rampa que da Marinha do Engenho conduz ao largo da igreja paroquial dei com todo esse espaço repleto de automóveis e logo suspeitei que fosse funeral, e era mesmo. Tratava-se da bajouquense Maria dos Prazeres Ferreira Cabecinhas da Silva, de 76 anos, que residia no Loural, esposa de José Pedrosa da Silva, e  mãe de Maria Regina, Rui José, José, David, Ana Paula, Paulo Jorge e Edite Maria Ferreira da Silva. Familia muito conceituada, o seu funeral foi testemunho disso mesmo, com missa de corpo presente muito participada e celebrada às 11h00 pelo pároco, Sr. Padre Davide, finda a qual foi o cadáver a sepultar no cemitério local. A toda a família enlutada, marido, filhos e demais familiares, mormente sua filha Ana Paula, conhecida cabeleireira na Bajouca, os meus sentidos pêsames. À falecida, paz e descanso eterno junto de Deus. 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 14:58

11
Jun 18

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Quando vi a noticia e a foto anunciar a morte do Padre Marco Paulo não associei a noticia aquele Marco Paulo com quem na Bajouca tomei alguns cafés com ele e o Sr. Padre Abel no Café do Virgílio Sousa. Mas horas depois vi confirmado o que desejava não fosse verdade. O jovem sacerdote tinha aparecido morto, no dia 07/6, algures para os lados de São Pedro de Moel. Dele só se ouve dizer bem e motivos que expliquem tão inesperada fatalidade não existem.

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Natural de Monte Redondo, mais concretamente do lugar das Lavegadas, o padre Marco Paulo da Silva Brites, nasceu a 15 de Abril de 1980 e foi ordenado sacerdote em 2007 por D. António Marto. A paroquiar a freguesia da Maceira, este ainda jovem sacerdote, era muito estimado e querido por todos os paroquianos que o respeitavam e viam nele um verdadeiro pastor e amigo sincero. Supõem alguns que tenha sido assassinado, já que deixou carro, documentos e telemóvel em casa, o que vai fazer a Polícia Judiciaria ter que se debruçar a sério sobre este assunto, mas suicídio também me não parece que o padre Marco Paulo tivesse motivo para praticar tão disparatado ato.

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O saudoso extinto que foi a sepultar no dia seguinte à sua morte para o cemitério de Monte Redondo (Leiria) era muito popular e gostava de acompanhar os jovens, sobretudo os escuteiros do agrupamento 762, de que era dirigente, nas suas saídas à noite. O certo é que a diocese de Leiria/Fátima perdeu um sacerdote que como os demais faz muita falta. Que sirva também para ter presente a fraternidade sacerdotal que se deve ver evidenciada no que diz respeito ao amparo e acompanhamento dos sacerdotes nas suas dificuldades e o que também muitas vezes não se verifica. Os bispos têm de saber rodear-se de bons e perspicazes sacerdotes que os ajudem a bem conhecer os fieis e quem nas paróquias os representam de modo a escolher o mais capaz para cada situação. É isso que pede e quer o Papa Francisco, e os bispos em comunhão com ele também. Que no céu te lembres dos amigos.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 13:58

10
Jun 18

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A vida é um dom sagrado que só por loucura ou desespero alguém ousa livremente destruir. Um estado que toma a liberdade de propor a eutanásia por sua conta e risco só o faz para se libertar do peso que os doentes terminais constituem para o orçamento desse estado destituído de valores morais e éticos que em vez de dignificar um país e uma sociedade antes são motivo de rebaixamento e animalização. O modo como em Tempo Caminhado se fez a ilustração de um artigo divulgado no final do mês de Maio é bem elucidativo e vem na sequencia assunto que começa por dizer: “Discutir a Eutanásia ou outro assunto de importância vital para o país, exige coragem. Os do costume que, por esta ou por aquela razão, passam sempre pelos pingos da chuva e nada de mal lhes acontece, dão “uma no cravo e outra na ferradura”, manipulando escabrosamente o povo ingénuo".

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Os problemas do país, é tempo de o assumir, têm origem numa certa roubalheira. E enquanto a ladroagem do costume impuser os destinos da Pátria à semelhança do seu umbigo, não sairemos da cepa torta”. Eu sempre pensei e vejo confirmado que um dos empenhos do PS alcançar o poder era libertar da alçada da justiça os seus amigos corruptos, e lá vejo agora no mesmo artigo a citação “Quem permite que tipos como o Sr. Vara, depois de condenados a prisão efectiva, continuem livres como passarinhos?”. E termina muito bem: “Com um Estado corrupto como o nosso, e uma previsão de crescimento económico a rondar os 2,2% é, pois, preciso distrair o Zé!” Também em post que divulguei antes tinha adiantado: “Por termo à vida destes seres humanos é mais fácil. Pena por serem os mesmos que condenam os touros de morte nas touradas e o abate de lobos e outros animais selvagens como eles. Bem andou o bispo do Porto, D. Manuel Linda, quando em entrevista que concedeu à Radio Renascença louvou a coerência do PCP que não sendo de índole católica se mostrou contra a eutanásia”. Creio que vai sair caro a todos os partidos que não tiveram a coragem de serem coerentes com os bons costumes e a responsabilidade do cargo para que foram eleitos. Estão a fazer do povo asno, mas sujeitos a levarem um coice. A sorte é que todos têm telhados de vidro ...

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 23:00

09
Jun 18

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Perdi o gosto por festejar festas cujo propósito é ganhar votos. Já no quase após 25 de Abril dei sinais que forças estranhas estavam empenhadas em tomar conta dos destinos de um país que deu novos mundos ao mundo quando em Junho de 1979, em Noticias de Chaves, escrevi: “ Mais uma vez o Dia de Portugal vai ser comemorado e efusivamente festejado em todos os cantos onde existam portugueses de têmpera e que o vírus anti – patriotismo não conseguiu infectar. E prosseguindo situava: “ Vila Real vai ser este ano o fulcro das celebrações da histórica efeméride, o que para nós (transmontano queria dizer) é motivo de especial regozijo derivado ao facto do acontecimento pretender mostrar a sua verdadeira imagem, fugindo para tal dos atoleiros da política oportunista de modo a reencontrar-se com a realidade patriótica e camoniana”. Mais não transcrevo, pois o passado é passado, e o presente pede que se cuide dele, se fale e digam verdades que muitas pessoas gostam de ouvir e outras não. A mim interessam-me tanto umas como outras desde que leiam e não comentem sem primeiro ler e reler. Data que já vem do tempo do Estado Novo, manteve-se, agora por decreto-lei, publicado em 02 de Março de 1978. Foi a Guarda, ainda no período pós-revolucionário, e com o general Ramalho Eanes na presidência. Depois foi Portalegre, Leiria, Funchal, Figueira da Foz, Lisboa, Viseu, Porto, Évora, Covilhã, Ponta Delgada, Braga, Tomar, Sintra, Coimbra, Lagos, Chaves, Aveiro, Beja, Angra do Heroísmo, Bragança, Guimarães, Setúbal, Viana do Castelo, Santarém, Faro, Castelo Branco, Elvas, Lamego e Paris (França), Porto e Brasil (São Paulo e Rio de Janeiro). Este ano o 10 do Junho contemplou os Açores com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, onde ambos se vão encontrar. Ao fim da tarde o PR segue para os Estados Unidos da América já que as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas se vai prolongar até segunda feira, dia 12. São assim os nossos políticos: na luta da caça ao voto não há quem os bata

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 14:30

03
Jun 18

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Por norma ninho que uma vez enjeite nunca mais ocupo. Sempre assim aconteceu comigo. Isto para dizer que apesar da consideração com que fiquei por toda a vida em relação ao patrão que tive em Nine, bastou o facto de certo dia me apetecer mudar de poleiro e sem avisar abandonei o ninho para nunca mais lá voltar. Com certa facilidade de adaptação e de relacionamento, onde quer que chegava fazia amizades e muitas duradouras. Foi o caso do novo ninho que então arranjei em terras do Coronado ( São Mamede) ao tempo uma freguesia do concelho de Santo Tirso. Além da amizade também a confiança que depositavam em mim valeu ser convidado pelos país de um jovem que ia embarcar para Angola nessa ocasião para o acompanhar até Lisboa, onde no Cais da Rocha apanhou o Príncipe Perfeito. Quando já em Santa Polónia estava para apanhar o comboio de regresso ao norte, sou abordado por um ferroviário de Nine que ver-me ali quis saber noticias minhas e vai de me convidar a subir para a máquina e com ele vir de Lisboa até Campanhã a vê-lo, como maquinista conduzir o comboio. Ficou a saber onde é que eu trabalhava pois podia acontecer de nos encontrarmos uma vez por outra. 

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Pedi encarecidamente que não desse a minha direção ao Sr. Luís. Prometeu que sim, mas passado um ou dois dias lá tinha eu esse meu saudoso amigo na sua bicicleta motorizada a procurar convencer-me regressar a Nine. Levou um não, motivado pela razão que já dei. Mas vamos a falar de São Mamede do Coronado terra que foi abadia da apresentação alternativa do papa, bispo e abade de São Romão de Vermoim. Gozou do foral que D. Manuel concedeu à Maia em 1519, andou ligada ao julgado de São Cristóvão do Muro e a Santo Tirso e desde 1998 faz parte do jovem concelho da Trofa. Aqui vivi uns pares de anos bons e agradáveis onde fiz e deixei muitos amigos que com os anos e a distância se foram deixando perder do contacto, mas não da memória. O Zeca da Luz, o ti Epifânio, o saudoso António “barbeiro”, o “Jornaleiro” do Casal, a Alice do Lavadouro, o Magalheiro, o Grilo, o “Londres” e toda esta gentinha que do lugar do Casal eram habitantes. Ali convivi com todos fazendo amigos e conhecendo pessoas que muito me estimaram. O Sr. Camisão, na sua quinta, o santeiro José Thedim, na sua casa, o Padre Joaquim de Sousa Ferreira e Silva, na sua residência paroquial e na igreja, a todos os tive por amigos respeitáveis. E outros como o ti Emídio Sousa, que deixou a fortuna a uma filha do ti Epifânio; o Maia, que na pesca furtiva ficou sem uma mão, o Ferreira alfaiate, o Sr. Assunção, que tinha um filho médico, tantos, tantos que já lhe perdi a conta. Na altura eram famosos na terra, pela negativa, além do “Lestro”, também os “Espanhóis”, figuras que davam hoje assunto para fazer uma novela se um bom novelista pegassem a sério no fio da meada. Muitos tinham –lhes medo, mas eu nunca tive queixa deles estimava-os como pessoas e eles a mim.

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Ali reencontrei também a lecionar na escola do Outeiro um celoricense de Molares, a quem devo o vírus do jornalismo, o saudoso José Lopes, então conhecido pelo “Pascoal de Molares”.  Para além da igreja também o Salão Paroquial de São José são imoveis dignos de apreço e admiração. Do salão, tive o privilégio de assistir à sua inauguração e de fazer a minha estreia como ilusionista, já não sei em que ano da década de 50 foi. Hoje apenas estou ligado virtualmente a essa simpática e fértil região dos arrabaldes do Porto, pelo contacto  que alimento com a  Associação  para a Proteção do Vale do Coronado, sediada na Rua da Escola de Mendrões, s/nº, 4745-449 Coronado. Extinta, como já foi dito, em 2013, esta antiga freguesia maiata passou a denominar-se União das Freguesias do Coronado (São Romão e São Mamede) e ficou sediada em São Romão.

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Outra freguesia que bem conheci e sempre que viajava de comboio na sua estação o ia apanhar. Junto à oficina do Monteiro, fabricante de maquinaria agrícola, como debulhadoras e outras máquinas de grande porte, género Tramagal. Áh! Faltou-me falar do Carneiro, de São Mamede que tinha uma fundição de metal na Trofa, e antes foi madeireiro. Gabava-se de ter ganho muito dinheiro na compra de pinhais, da mãe dos Maias de Mendrões, pagava melhor que nenhum outro, mas enquanto ela dormia ele ia carregando. Como do Casal, tenho saudades do largo da Feira Nova ou Água Levada, da Vila ou Igreja e daqueles lugares donde se petiscava e confraternizava amistosamente. Memóras de tempos idos.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 20:48

02
Jun 18

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Remonta ao século XIII e a sua origem deve-se a um segredo revelado pela freira agostinha Juliana de Mont Cornilon ao cônego Tiago Pantaleão de Troyes arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica. O papa na época era Urbano IV. Consistia na revelação de que Jesus Cristo lhe manifestava desejo de que o mistério da Eucaristia devia ser celebrado com muita dignidade. Mas foi em Orvieto, onde o Papa tinha os seus aposentos que se deu o milagre de Bolsena, em que o sacerdote celebrante da Eucaristia  no momento de partir a Sagrada Hóstia viu sair sangue que manchou de forma misteriosa o corporal (pano) onde se apoia o cálice e patena durante a Missa. Foi então que Urbano IV determinou que todos esses objetos milagrosos fossem trazidos em procissão para Ovieto, em 19 de Junho de 1264.

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Esta terá sido a primeira festa do Corpo de Deus ou Corpus Christi. Mas institucionalmente só depois da publicação da bula Transiturus, de 08 de Setembro de 1264. E para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava do Pentecostes. Em Portugal, celebra-se em todas as dioceses, sempre  na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade. É feriado e dia santo de guarda que por ser festa móvel apesar de sempre calhar à quinta-feira, a data altera de ano para ano e tem a ver com o tempo pascal. Este ano coincidiu com fim do mês de Maio, dia 31, e em Lisboa foi presidida pelo Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente. Aliás é recomendado pela Igreja que seja o bispo diocesano a presidir a esta festa.

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Muito participada e muito bem representado pela municipalidade e gostei de ver no meio das pessoas anónimas figuras publicas à mistura, uma foi Assunção Cristas. Também é bom que os políticos deem a cara nestes atos que só dignificam quem neles toma parte. Bem lá gostava de ver outros, mesmo que só para ingles ver, como fazem na governação ...

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O trajecto foi sair da Sé às 17h00 pela Rua das Pedras Negras, Rua da Madalena, Poço do Borratem, Praça Martim Moniz (contornando o Hotel Mundial ), Rua da Palma, Rua Dom Duarte, Praça da Figueira, Rua da Prata, Rua da Conceição, Largo da Madalena, Rua de Santo António da Sé e Largo da Sé, onde por vota das 19h00 regressou e Dom Manuel Clemente agradeceu a presença de todos os presentes e que de um modo ou outro deram brilho a este passeio que Deus vivo fez pelas ruas da cidade, e com centenas de fieis ora incorporados no cortejo ou espalhados ao longo do trajeto. 

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Há muito que não via coisa assim. Só para fazerem uma ideia, já o topo do cortejo tinha chegado ao Largo da Sé e ainda a cauda estava a sair da Praça da Figueira. Gostei e vi muitas caras conhecidas, até da Bajouca.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 17:38

01
Jun 18

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Na freguesia de Nine vivi cerca de dois anos, após antes ter vivido uns cinco ou seis meses na Rua de Santo António, em Vila Nova de Famalicão. Chamava-se Luís e além de barbearia, vendia roupa e dava injeções a quem precisava e não tinha mais onde recorrer. Homem são e generoso, daqueles que me serviram de modelo e nunca mais esqueci. Tinha uma pessoa minha familiar em Braga internada num hospital, mas nessa altura o dinheiro escasseava e viajar para a cidade não despertava desejo. Ao saber dessa noticia, o bom do homem um dia disse-me: “Um dia destes quero que vá comigo a Braga ver a tal pessoa sua amiga! Quando poder eu digo-lhe”.  – E assim foi.

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Ali morei vizinho do Largo de Santo António, donde depois de sair jamais voltei, mas raro é o dia que me não lembre do Sr. Luís,  que soube não há muito já faleceu. Eu tinha os meus dezassete anos quando o conheci, e vou fazer dois carros este ano, se Deus deixar. Como das pessoas também desta simpática e fértil terra minhota fiquei admirador, e recordo muitas vezes pessoas que ali conheci. Como a família Castanheira, e uma fidalga da Casa do Campo de Molares (Celorico de Basto) ali casada e residente numa sua quinta. Outro que não sendo da freguesia, mas era cliente do Sr. Luís, era o ti Benedito de Pousada, que tinha um filho médico, casado com uma tia paterna do malogrado Dr. Francisco Sá Carneiro.

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Esta freguesia do extremo noroeste de Famalicão limita com Barcelos por Viatodos, e ocupa uma área de 390 hectares que o Rio Este banha. Terra antiga, Santa Maria de Nine foi uma reitoria da apresentação da Mitra e comenda da Ordem de Cristo. Hoje os seus lugares mais importantes são o da Estação e o da Igreja, que agora envolve o de Friães, Cancela e do Monte, e certamente o Largo de Santo António. Famosa em termos ferroviários cujo lugar da Estação é disso testemunha, pois dali continuou a linha férrea que liga o Porto a Valencia do Minho e Galiza. De inicio, em 1875, o comboio era só entre Porto e Braga, com passagem por Rio Tinto, Ermesinde, São Romão (Coronado), Trofa, VN de Famalicão, Nine, Tadim. A Braga só chegou mais tarde, em 1884.

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É por esta ocasião que surgem novos traçados e o comboio passa também a servir Barcelos, Viana do Castelo, Valença, todo o Alto Minho e Galiza. Ainda hoje a estação de Nine continua a ser um entroncamento do ramal de Braga. Curioso  que só em 2004, graças ao Campeonato da UEFA organizado em Portugal é que a linha de via única passou a ser via dupla dando origem à circulação dos comboios nos dois sentidos, e se poderem cruzar. Somos lentos, mas com o tempo lá chegamos. 

PS. fotos colhidos na net.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 17:22

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