A quinzena que nesta quadra pascal vim passar na capital do barro leiriense já vai a meio. De realce tenho no dia 7 aquilo a que em terras minhotas e transmontanas chamam de “Compasso”. O mesmo que noutras terras, como na região de Leiria, apelidam de “Visita Pascal”. É nesse dia que como de costume uma vez mais vou receber na Bajouca Centro a equipa que o pároco, Sr. Padre Davide Gonçalves, encarregou de o substituir nessa missão paroquial de visitar os paroquianos em suas moradias.
Recordo-me bem de em meados do século XX quem tinha casa nova ou obras acabadas ainda por benzer, aproveitar a ocasião dessa visita do sacerdote para o fazer. Tudo se acaba e nem sempre do melhor modo. São tradições que marcaram épocas e gerações ao longo dos séculos e nós vamos deixando morrer por indiferença ou desleixe e muita ignorância também. Convencidos de que já sabemos tudo e os “velhotes” eram uns “tapadinhos dos miolos” estamos arranjar lenha para uma fogueira que a todos pode queimar. Há que evitar que o fogo ateie, em quanto é tempo!
Vamos a conservar o que se herdou do passado e arquivar em livro e retrato tudo quanto for memória antiga, pois é para isso que serve a etnografia, o folclore, a história, as artes e costumes que os “velhotes” da terra conheceram e podem ainda contar. Cada um da sua aldeia deve ter algo que dizer e digno de registo