Vieira de Leiria
Mais um mês caminha para seu final, é Outubro. Um Outubro marcado por incêndios devastadores de bens materiais e de vidas humanas também. Só neste domingo mais de quatro dezenas de vidas se foram juntar às que anteriormente tombaram no Pedrogão Grande. E tudo naquele silencio que a lei da morte ordena. São fogos que surgem fora da época, se é que podemos considerar haver época de incêndios. Se há não devia haver . O que se está a passar neste país em relação a incêndios florestais é bem o espelho da sociedade de que somos membros e da culpabilidade que todos temos na sua degradação, causa de muitos devaneios... Em política o poder tenta apagar fogos com frases salivares e promessas que granjeiem a caça ao voto. O que forçou o Arcebispo Primaz de Braga a pronunciar-se na pagina do Facebook dizendo "Portugal está a arder! Basta de discursos e boas intenções! É imperioso apurar responsabilidades e agir ". Não devemos pensar mal de ninguém, até porque é prejudicial para a nossa mente que se quer sempre livre de embaraços. Mas o facto dos incêndios florestais envolverem tanta industria e comercio como envolve, por vezes faz-nos pecar ...É demais. Depois sabendo que até os "sucateiros" à custa de políticos sem vergonha fazem fortuna, imaginar que também se pode enriquecer à custa dos incêndios não é grande admiração. Mas isso é do foro judicial. As desculpas que é das matas por limpar e do calor do sol não pega, já assim era no tempo da "outrora senhora" e os incêndios escasseavam, e só quando mão criminosa os apegava é que lá tinham as brigadas florestais de actuar. Foi o que faltou neste ano trágico para Portugal.