Alfacinha nascido no Bairro da Ajuda, em 26 de Fevereiro de 1934, Armando Baptista Bastos faleceu também em Lisboa a 09 de Maio de 2017. Estudou na escola de Artes Decorativas António Arroyo e no Liceu Francês, tendo iniciado a sua carreira profissional no jornal “O Século”. Ali se impôs jornalisticamente e em representação do jornal viajou por diversos países. Desempenhou a função de subchefe de redacção d “O Século Ilustrado”, tinha apenas 19 anos. Foi despedido em 1960, por se ter envolvido na revolta da Sé, em 1959 como activista da candidatura de Humberto Delegado. Trabalhou depois na Republica, O Dario, Seara Nova, Diário Popular, Jornal de Negócios e tantos outros órgãos de comunicação social, como rádio e tv. Foi na Republica, de Raul Rego, que o conheci e me foi apresentado pele saudoso transmontano Afonso Praça. Além de insigne jornalista e cronista, Baptista-Bastos foi também um notável escritor que deixa obras como “ O Secreto Adeus”, “Cão Velho entre Flores” , “ O Cavalo a Tinta da China”, “A Colina de Cristal”, “No Interior da Tua Ausência” e outros. Exemplar chefe de família, o autor de “As Palavras dos Outros” distinguiu-se pela seu carácter humanisticamente generoso e frontal, que nem sempre lhe trouxe vantagens, além do prazer de ser o Baptista-Bastos. Recordo-me de uma entrevista que deu em 2015 à Radio-Renascença, em que dizia que “ o homem é por natureza religioso, e eu sou dos que rezo todos os dias , não só agora, mas há mais de 20 anos atrás ”. E deixou semente pelo que se percebe da noticia que um dos seus filhos deu do infausto acontecimento: "O meu Pai, Armando Baptista-Bastos, faleceu. Tinha 84 anos. Teve uma vida extraordinária, de que muito me orgulho. Amo-te muito Pai. Que Deus o acolha no seu Reino", lê-se no "post" de Pedro Baptista-Bastos”. Faleceu no hospital de Santa Maria, e o seu velório foi na Sociedade Portuguesa de Autores, donde na 5ª-feira saiu para o cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, onde às 17h00 foi cremado. Que descanse em paz.