Só empurrado e muito bem acompanhado é que saio para assistir a uma peça de teatro, não porque tenha deixado de ser um grande apreciador, mas porque a vontade de sair nem sempre ajuda. Todavia, quando calha haver alguém que desperte e acorde o desejo adormecido aí estou eu disponível e afoito para dar o meu sim, e acompanhar. Assim foi neste fim de semana, como se vai ver.
Depois de pousarem a trouxa e de jantados vais de apanharem o Metro, em Carnide, onde tirar bilhete foi um castigo com a máquina a papar moedas
Mas após o aborrecimento, também meu, tudo passou e posso dizer: Da capital do barro leiriense veio uma forte embaixada até à capital do Imperio que Deus haja, com destino ao Teatro Politeama, situado na Rua das Portas de Santo Antão, um teatro que se deve a um homem apaixonado pelas artes, o empresário Luís António Pereira, que nuns terrenos que adquiriu em plena baixa alfacinha lançou a 12 de Maio de 1912 a primeira pedra para sua construção e a 06 de Dezembro de 1913 foi inaugurado com a opereta Valsa de Amor.
Hoje dirigido pelo conceituado empresário e encenador português Filipe La Féria, a revista, os musicais e o teatro ligeiro têm nesta casa um ponto de referência e por isso de atracção que honra e valoriza a arte de representar e de quem dá trabalho aos artistas, sempre com elencos notáveis na interpretação dos papeis.
Desta vez, em cena, temos a peça As Árvores Morrem de Pé, de Alejandro Casanova e os interpretes são: Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Manuela Maria, Carlos Paulo, Maria João Abreu, João D´Avila, Hugo Rendas, Ricardo Castro, Paula Fonseca, Rosa Areia, João Duarte Costa, Patrícia Resende, e os jovens actores João Sá Coelho, Pedro Goulão e Francisco Magalhães.
A peça começa por dar alarde a uma organização que pretende fazer o bem com poesia e criatividade.
"Chega um dia ao escritório um velho com um pedido surpreendente: tinha um neto que se tornou num rufia, mas a avó não sabe. Ao longo de vários anos o marido chega, mas acaba por morrer no afundamento de um navio. O velho lembra-se então de pedir à organização que coloque na sua casa um casal, fingindo que se trata do neto e da mulher”. Encerra com a frase: "Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores". No fim aproveitei para felicitar o empresário e falar-lhe dos meus saudosos amigos, que foram seu primo, o locutor António José La Féria, e seu tio Dr. Avelino Marques.
Já na rua à espera que as 19 pessoas do grupo se juntassem, foi o regresso ao ponto de partida, agora para um chazinho muito animado, mas ali já eram 22 amizades. Uma alegria para os anfitriões, e por certo também para os visitantes. Mas no fim da sessão ainda foi um passeio pela Baixa. Foi bom de ver,se duvidam,observem bem o rosto desta gente feliz e alegre.
Até sobrou para domingo, hão de ver....