Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

07
Ago 15

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 João I foi a décimo Rei de Portugal e o primeiro da Dinastia de Avis, cognominado "O de Boa Memória". Nasceu a 11 de Abril de 1357 e faleceu a 14 de Agosto de 1433. Filho ilegítimo de D. Pedro I e de D. Teresa Lourenço. Barroso da Fonte na sua mais recente crónica, fala-nos dele, assim:

"Faz 600 anos dia 21 deste mês que o exército, comandado por D. João I, Rei de Portugal, conquistou a cidade de Ceuta, localizada no norte de África.

Desde 24 de Junho de 1128 até 1415, o país teve o encargo de fixar as fronteiras com a vizinha Espanha, entre a foz do Rio Minho e Vila Real de Santo António. Desde a Batalha de S. Mamede até à Tomada de Ceuta, decorreram 287 anos. Não foi fácil subtrair o antigo Condado Portucalense à Península Ibérica. O reino da Galiza, o mais antigo da Ibéria, nascera em 411 chefiado pelo Rei Hermerico. Até 868 Braga foi capital desse Reino que registara a presença dos Romanos, dos Suevos, dos Godos e dos Visigodos. Após o êxito de Vímara Peres na reconquista Cristã, foi-lhe confiado o Condado Portucalense que se situava entre os Rios Douro e o Minho. Em 1071, na Batalha de Pedroso, Nuno Mendes que governava esse pequeno reino, sob a influência da Galiza, manteve-se fiel ao Rei Garcia que desafiado por Nuno Mendes, este, não só foi morto, como o reino foi reintegrado na Galiza. Até 1096, ano do casamento de D.Teresa com o Conde D. Henrique, o I condado Portucalense foi reabsorvido pelo Reino galego.

Dia 24 de Junho de 1128, ocorreu a «primeira tarde Portuguesa». Na Batalha de S. Mamede, aquele território que se chamara Condado Portucalense passou a ter domínio português. E, embora só em 1179, fosse reconhecido esse novo país, os 57 anos, em que Afonso Henriques reinou (1128-1185), todo esse tempo foi preciso para fixar as fronteiras entre a foz do Rio Minho e a Foz do Guadiana.

Em 21 de Agosto de 1415, D. João I, seus filhos mais velhos: D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, mais D. Afonso, filho bastardo mas já perfilhado e seu sogro D. Nuno Álvares Pereira, fizeram o assalto à fortaleza do norte de África, cidade de Ceuta. Era o primeiro ensaio para a grande odisseia dos Descobrimentos em que Portugal se notabilizou como império mundial.

Esta efeméride deveria ser motivo de celebração nacional, por troca com festas, festinhas, romarias, sardinhadas e festivais pagãos que apenas são pretexto para entreter o povo que anda acorrentado, anestesiado e iludido com charlatães que em nome de uma democracia corrupta, corrompida e desnorteada, faz do povo aquilo que convém aos interesses do novo-riquismo.

Desagradavelmente perdeu-se o respeito pela história de Portugal. Se não fosse a cultura informática a dar às jovens gerações a ideia que têm uma cultura sólida, as mentalidades seriam mais tacanhas do que no Salazarismo mais severo.

A morte lenta, cruel e irreversível da verdadeira informação que provinha do jornalismo interventivo, denunciador e incorruptível, foi hipotecada às televisões, às rádios nacionais e seus satélites. Os grandes grupos económicos compraram todos os sistemas noticiosos, promoveram legislação apropriada aos seus interesses e, sob a capa de estatísticas académicas e científicas, trocou-se o saber fazer, pelo saber viver.

As datas históricas de Portugal foram riscadas dos mapas e calendários das faculdades de História, das redacções da imprensa escrita, falada ou vista. Queimaram-se os manuais escolares que inseriam cronologias escorreitas, conhecimentos sólidos, saber pragmático, testado e recomendado. Em seu lugar investiram-se dinheiros públicos, em comboios de manuais caríssimos que atormentam os alunos, mas engordam os livreiros, os empresários, os gananciosos que se multiplicam por cada nova lei decretada, mesmo que contrária aos interesses do povo.

Recentemente foram extintos alguns feriados de índole histórica. O 1º de Dezembro teve um deputado nacionalista que pela sua influência, tugiu e mungiu. Teve algum mérito e, embora não tenha resultados práticos, serviu para comprovar que, até quem faz as leis e por elas se bate, ignora a importância dos factos históricos.

Então o dia 24 de Junho de 1128 não é mais importante do que o 1º de Dezembro de 1640? Se Portugal não tivesse nascido (em 24 de Junho de 1128), como poderia ter sido restaurado (em 1 de Dezembro de 1640)?

Se qualquer país, velho ou novo, comemora o dia da sua fundação, por que motivo só Guimarães celebra o dia 24 de Junho, data da Batalha de S. Mamede? Não deveria ser feriado nacional?

E que sensibilidade cultural têm os programadores das televisões, rádios e jornais diários, se nem sequer mencionam nos seus noticiários, datas históricas como: dia 24 de Junho, (dia UM de Portugal), 25 de Julho (nascimento do nosso I rei), 14 de Agosto (Batalha de Aljubarrota), etc. etc.?

   Vivemos cada vez mais num país de gatunos, de corruptos, de ignorantes, de Chico-espertos, de mentirosos, de troca-tintas, de oportunistas, de sanguessugas do esforço comunitário.

Esteja o leitor atento para ver se no próximo dia 21 (Agosto), alguma televisão, jornal diário ou rádio nacional se refere aos 600 anos da Tomada de Ceuta pelos portugueses".

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 12:23

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