Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

27
Jun 15

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         No dia 21, domingo, deixamos Ávila e de regresso, em Salamanca, tomamos a direcção de El Cabaco para visitar o santuário de Nossa Senhora da Penha de Francia que fica no topo da Sierra de Francia, envolvido pelo Parque Natural das Batuecas-Serra de Francia.

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           Com todo o extenso planalto aproveitado, é um regalo ver manadas de gado a pastar, e sementeiras verdejantes, onde o regadio por expressão actua. Depois o zelo em proteger com projectos adequados pontos de interesse turístico e de lazer como miradouros e veredas. Só por curiosidade tirei uma foto a um cartaz da Junta de Castela e Leão onde disponibiliza para o Parque Natural das Batuecas 181.646.65 Euros. Até parece que se está Portugal…

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           A coroa deste Parque Natural é o santuário de Nossa Senhora da Penha de Francia localizado  a 1.723 metros de altitude, considerado o santuário mariano mais alto do mundo. Conhecido pela sua “Virgem Negra”, este famoso santuário é praticamente impossível visitar durante o Inverno, por causa da neve, mas de Verão tem grande afluência de peregrinos e turistas. Dispõe de uma grande hospedaria, além do convento onde residem os frades dominicanos, desde 1437.

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        A história deste santuário remonta ao séc. XVI, quando por volta de 1534, a 19 de Maio, certo peregrino francês sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que estava enterrada no topo da escarpada montanha, devido à guerra entre cristãos e muçulmanos. Durante cinco anos, Simão Vela, assim se chamava o peregrino, andou procurando a dita serra, até que um dia teve a indicação e para lá se dirigiu. Aconteceu que “Após três dias de intensa caminhada, ele próprio, em seus êxtases ouvir sempre a advertência divina: "Simão, vela e não durma!" (pelo que passou a adoptar o sobrenome de Vela, como ficou conhecido), escalando penhas íngremes, o monge parou para descansar, quando viu sentada perto dele uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava”.

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             Daquele famoso santuário em dias sem névoa consegue enxergar-se os Pirenéus e a serra da Estrela. Outro louvar a Deus, é ver nesta montanha os animais selvagens aproximam-se do santuário sem receio dos humanos forasteiros. Aqui a dois passos da estrada um fato de cabras-montes repousa a remoer o repasto da manhã.

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          Percorridos que foram os cerca de 190 km. que separam Ávila do topo da Serra de Francia, agora com a visita feita ao sedutor santuário mariano de Nossa Senhora da Penha de Francia, á que descer ao encontro do autocarro que estacionou junto da Capela do Sto. Cristo, e descer uns 12km, pela sinuosa estrada florestal, para lá no fundo pela SA-201 seguir durante mais uns 10km até La Alberca, onde nos esperava o almoço.O nosso Monte Farinha (Nossa Senhora da Graça) é impressionante, mas a Serra da Penha de Francia tem quase o dobro de altitude! É muito, e a garra dos portugueses é pouca em relação à dos espanhóis.

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           La Alberca e a região à sua volta foram repovoados com muita gente de origem francesa que aqui chegou com D. Raimundo de Borgonha, nobre francês casado com D. Urraca, tia de D. Afonso Henriques.

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         Situada a 1087 metros de altitude, esta bonita povoação espanhola fica junto à Sierra da Penha de Francia, na província de Salamanca e dista de Vilar Formoso (Portugal) cerca de 60km.

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           O almoço foi no Restaurante La Taberna que fica na Praça Maior, nº 5, muito bem servido e por isso os meus parabéns. Nesta terra, onde a crise não chegou, bem podiam os portugueses e os autarcas do nosso interior irem recolher exemplos de vida comunitária, recuperando casas e mantendo-as habitadas com gente ocupada em labores regionais para comercializar. La Alberca conserva quase mil habitantes permanentes usando desse sistema.

          Ao chegarmos estava a partir um grupo de motoqueiros, onde iam portugueses integrados. Terminado o almoço partimos também nós em direcção a Portugal, mas entretanto ainda paramos em Fontes de Onor.

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           E depois já em Portugal na aldeia de Pinzio, onde o Sr. Padre Melquiades celebrou a Missa dominical. Pinzio que já há muitos não visitava, e que ficava na estrada da Guarda para Vilar Formoso. Com as auto-estradas esta e muitas outras aldeias em Portugal estão condenadas a desaparecer do mapa. Mas em Espanha, não.

        Finda a eucaristia foi o regresso a terras leirienses, onde por volta das 19h30 chegamos duma peregrinação em ano jubilar por terras de Santa Teresa de Jesus e visita à "Virgem Negra" da Penha de Francia.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 19:04

26
Jun 15

 

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Ávila é uma cidade espanhola banhada pelo rio Adaja. É sede de município e dá o nome a uma província da comunidade autónoma de Castela e Leão. Dista de Alba de Tormes cerca de 100km através da SA-114 e A-50. Como província Ávila é predominantemente agrícola e pecuária. Ali se produz em abundância: cereais, legumes, beterraba, vinho e azeite. Na pecuária a principal exploração é o gado bovino. A maior parte da província ocupa a planície do Douro, a qual é limitada a sul pelo maciço da Serra de Gredos e de outras serras do Sistema Central. Os vales dos afluentes do Douro, a norte, e dos do Tejo, a sul, são muito férteis. É uma província rica em monumentos históricos e artísticos. Vamos ver alguns de carácter religioso, e não só.

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 Depois da vista ao Mosteiro da Encarnação, onde Santa Teresa de Jesus viveu 30 anos (1535-1562) como monja, e de 1571 a 1574, como priora, o grupo esperou no pátio que todos os elementos se juntassem para continuar viagem. Neste mosteiro, onde São João da Cruz foi capelão e confessor, ainda se pode ver muitos objectos de Santa Teresa e de São João da Cruz bem preservados. Também tem a cela onde a Santa viveu muitos anos. A Igreja ao lado tem o local onde ela orava e assistia às missas.

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Igrejas monumentais, palácios e muralhas é o forte desta cidade terra-mãe de Santa Teresa de Jesus. Antes de iniciar uma visita à cidade amuralhada, importa do exterior ver a urbe do miradouro dos “Quatro Postes”. Um emblemático monumento religioso constituído por quatro colunas dóricas de cinco metros de altura e no centro, sobre uma peanha, uma cruz de granito. Entre outras lendas, conta-se que ainda criança, Santa Teresa e seu irmão Rodrigo foram detidos por um seu tio quando projectavam fugir para a terra dos infiéis e morrerem mártires, onde terá deixado as sandálias e pronunciado a famosa frase: "De Ávila, ni el polvo"= De Ávila, nem o pó.

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 Situada a 1182m de altitude é a cidade mais alta de Espanha. Cidade amuralhada, em 1985, Ávila e suas igrejas extra-muros, foram incluídos na lista do Património Mundial da UNESCO.

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Do importante património arquitectónico, artístico e cultural que a cidade de Ávila oferece a quem a visita, a igreja românica de São Pedro, construída no Séc. XII é uma dessas maravilhas a visitar na Praça do Mercado Grande.

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 Junto ao presbitério da Igreja da Santa fica a porta de entrada na “capela do nascimento” que se deu a 28 de Março de 1515, em Gottarrendura. Nessa data nascia uma menina a que foi dado o nome de Teresa Sánches de Cepeda Dávila y Ahumada.

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  Nessa igreja celebrou o nosso capelão a missa de sábado, dia 20.

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          E para nos despedirmos, antes de deixar a cidade, tirou-se mais uma foto em grupo para assim concluir em ano jubilar uma visita a Ávila quando se celebra o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus ( 1515-2015).

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 12:47

23
Jun 15

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          Este ano está a decorrer o V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus, motivo que atrai uma maior afluência de devotos da Bem-aventurada, aos principais sítios, onde ela tem o seu nome associado. Alba de Tormes e Ávila são dois desses pontos de atracção, onde é preciso muita paciência e pernas para nas filas esperar pela vez de poder entrar nos locais de visita. Mas vale bem a pena, como disso posso testemunhar, graças a uma peregrinação organizada pela Agencia Verde Pino, e composta por pessoas da região leiriense, pertencentes a diversas comunidades paroquiais, numa das quais me integrei. Com capelão, médico e enfermeira a bordo, e um excelente condutor de nacionalidade francesa, assim como da simpática e diligente guia, Cristina Silva, por lá se andou em fim de semana que começou na sexta-feira, dia 19, às 05h15, e terminou no domingo, dia 21, 19h30.

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           Partimos das Meirinhas (Pombal) em direcção a Coimbra para entrar na IP3 com destino a Alba de Tormes. Eram 07h30 estávamos já no Restaurante Lampreia, perto da barragem da Aguieira, a tomar um cafezinho e fazer a primeira paragem da jornada. A segunda foi em Fontes de Onor, e depois em Alba com cerca de 400km. percorridos.

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            Em Alba de Tormes,  afastado de Salamanca cerca de 20kms,  antes de começar a visita aos lugares santos e históricos, fomos almoçar ao Restaurante Alameda, que fica nas margens do rio Tormes.

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          E no fim do almoço, mesmo em peregrinação, sabe sempre bem um cafezinho e se com um “cheirinho…”, ainda melhor. Foi o que fiz com outros, na esplanada do restaurante.

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          Em Espanha os horários em relação a Portugal tem uma hora de diferença, quando lá é meio dia, cá são onze horas. Como também na questão de horários relativos a comercio e serviços a maioria na parte de tarde só reabre cerca das 16h00.

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          Enquanto se aguardava pela nossa vez de entrar na Igreja e Convento da Anunciação,  tirou-se uma foto ao grupo para recordar.

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          O repovoamento deste histórico município deve-se aos reis de Leão que na Idade Media o iniciaram, e ao qual Afonso VII de Leão deu foral próprio. Posteriormente tornou-se famoso por ali ter falecido Santa Teresa de Jesus, mística e Doutora da Igreja, onde o seu corpo incorrupto se conserva. Está integrada na província de Salamanca e dentro da Região Leonesa.

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          Nesse mosteiro que visitamos em demorada e cultural visita também São João Paulo II o visitou a 01 de Novembro de 1982 e deixou ao povo albense uma mensagem assim começada: “Queridos irmãos e irmãs de Alba de Tormes e de Salamanca: Constitui para mim motivo de especial alegria que os itinerários teresianos me façam encontrar hoje convosco Pastor diocesano, Autoridades e Povo de Deus da diocese de Salamanca, nesta cidade de Alba de Tormes, tão excepcionalmente ligada a SantaTeresa de Jesus. Aqui, em Alba de Tormes, fundou ela o mosteiro da Anunciação; aqui, nascendo para a vida eterna, viu realizado o seu desejo: "que morro porque não morro"; e aqui as suas gentes são depositárias do tesouro das suas sagradas relíquias. Para os albenses, velar as relíquias da reformadora do Carmelo e venerar a Santa castelhana, constituem a sua maior glória e orgulho. Por isto não podia faltar a minha presença neste lugar, complemento natural de Ávila, como ela o é de Alba de Tormes, para encerrar oficialmente o ano Centenário da sua morte. E irmanados em torno da sua figura, vejo as Autoridades e o povo de Ávila, como nos actos desta manhã via intencionalmente as Autoridades e o povo albense”.

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          Após a visita ao convento carmelita da Anunciação, onde um histórico e rico recheio está patente, pudemos rezar junto ao túmulo e ver num vaso transparente o coração da Santa e noutro recipiente parte de um braço seu. Na igreja do mosteiro, onde o nosso capelão  celebrou a eucaristia do dia 19, fica a cela onde Santa Teresa de Jesus faleceu em 04 de Outubro de 1582. E cujo túmulo que vi do interior do Convento, agora se vê de frente a meio da frontaria do altar-mor da igreja, só que aqui mais afastado da nossa vista.

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           Este ano de festa carmelitana, ir a Alba de Tormes impõe além do mais uma visita obrigatória ao seu Museu Carmelitano. Foi o que fiz antes de partir para Ávila, onde nasceu Santa Teresa. Sai-se dali maravilhado com tanto de belo e artístico para ver e admirar.

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           E assim acabou uma visita a Alba de Tormes com final em Ávila, onde nos fomos alojar no Hoteles2. Num próximo post falarei do que recordo das visitas desse dia 20.

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 22:34

20
Jun 15

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Em 1936 arrebentou a Guerra Civil que só acabou em 1936. As perseguições religiosas obrigam-no a refugiar-se em vários sítios, sem que entretanto deixe de exercer o ministério sacerdotal clandestinamente. Deixa Madrid, travessa os Pirenéus, pelo sul de França, e acaba por passar a residir em Burgos. No fim da guerra, regressa a Madrid, onde acaba o seu doutoramento em Direito, dirige retiros para leigos, sacerdotes e religiosos, até que em 1946 fixa residência em Roma. É nomeado consultor de duas Congregações da Cúria Romana, feito membro honorário da Academia Pontifícia de Teologia e prelado honorário de Sua Santidade. Intervêm nos preparativos e sessões do Concilio Vaticano II ( 1962-1965) e mantém relações estreitas com muitos padres conciliares. Faleceu em Roma no dia 26 de Junho de 1975. Logo vários milhares de pessoas, entre as quais muitos bispos de diversos países, solicitam à Santa Sé a abertura da sua causa de canonização. O processo iniciou-se, os acontecimentos deram-se, e a 17 de Maio de 1992 estava eu na Praça de São Pedro, assistir à beatificação, e dez depois, 06 de Outubro de 2002, no mesmo local para assistir à sua canonização.É o primeiro peregrino de Fátima a subir aos altares, e por isso também muito querido dos portugueses. Os seus restos mortais repousam na igreja de Santa Maria da Paz (em Roma), onde se podem dirigir se lá quiserem rezar.

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A propósito da festa que se celebra no próximo dia 26, o Prelado da Obra, D. Javier Echavarria, na sua Carta que mensalmente manda a todos os fieis da Prelatura, na carta deste mês, recordava: “ Queridíssimos: que Jesus me guarde as minhas filhas e os meus filhos! Recebo as vossas cartas, em que me contais tantas “coisas maravilhosas". Também me falais das romarias, às quais me uno em cada dia e, ao ler os pormenores concretos, acompanho-vos nessas visitas à Mãe de Deus e nossa Mãe.Com imensa alegria e gratidão a Deus e à Santíssima Virgem, celebrou-se pela primeira vez a festa litúrgica do Bem-aventurado Álvaro, nos cinco continentes. E daqui a poucas semanas, vamos reunir-nos com muitíssimas pessoas, em todo o mundo, para a festa de S. Josemaria. Passaram quarenta anos desde aquele dia 26 de Junho de 1975, em que o nosso Fundador foi chamado por Deus a gozar da Sua glória. Quantos bens ele nos conseguiu desde então! Além disso, as suas palavras cumpriram-se: do Céu, hei de ajudar-vos mais”

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 10:12

15
Jun 15

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O padroeiro da aldeia de Vilarinho (Vilar de Ferreiros) é Santo António. Entretanto os vilarinhenses têm se esquecido dele na peanha da capela sempre que chega o dia da sua festa litúrgica, 13 de Junho.

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Este ano o pároco, Sr. Padre João, entendeu e bem propor que o Santo fosse festejado, e toda a comunidade local e paroquial aceitou de bom grado a ideia. Sendo padroeiro, com Santa Bárbara, não me recordo que este santo popular, ali fosse alguma vez festejado com aqueles atributos folclóricos com que por esse Portugal fora é honrado. Foi este ano com Missa Solene às 17h00 seguida de procissão.

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Por isso fiquei contente quando soube da iniciativa e vi a imagem do Sagrado Coração de Jesus sair da igreja paroquial para se integrar na procissão que decorreu nesse tarde de sábado (dia 13). Quem parece que não gostou da festança foi o padroeiro da freguesia, São Pedro, pois quando viu o cortejo a meio do caminho, vai de abrir as torneiras e a ninguém poupou. Ciumento! Até o Sr. presidente da Câmara, Eng. Humberto Cerqueira, teve que vir mudar de roupa a Mondim, se quis depois à noite jantar, com o corpo enxuto, no salão de Vilarinho. Festa molhada, festa animada. A festa continuou no domingo com folclore e muita animação.

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 Parabéns aos promotores e colaboradores, pois Santo António merecia esta atenção por parte dos vilarinhenses. Que seja para continuar e sempre com a mesma animação deste ano. União e colaboração mutua é o que se precisa para manter fortes os laços de amizade, que nos fazem alegres e felizes.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 19:17

14
Jun 15

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          Não podia quebrar a tradição e por isso lá fui mais uma vez à procissão de Santo António que todos os anos no seu dia (13 de Junho) saí da sua igreja para percorrer as ruas do Bairro de Alfama. Ir à procissão não é o mesmo que tomar parte na procissão.

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          É das festividades mais concorridas da cidade, e a que se celebra em clima de mais alegria e simplicidade porque também o Santo é sem dúvida o que mais toca o coração e a fé dos crentes que a ele vão manifestar “a sua gratidão, as suas suplicas e sua devoção”, no dizer do reitor da igreja de Santo António, Frei Armindo Ferreira de Carvalho.

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          A festa começou com missa solene ao meio-dia, presidida por D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa. Seguiu-se a procissão, com inicio às 17h00, que reuniu centenas de fieis, incluindo a participação de muitos estrangeiros. Não participei na missa de festa porque optei por ir ao "pão de Santo António" à igreja de São Domingos, e assistir ali à missa das 11h00. E também não me integrei na procissão da tarde, porque não levei guarda-chuva e ela ameaçava e até caiu.

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           Em vez disso, enquanto deu a volta, fui para o interior da igreja, onde pausadamente se rezava o terço e se gozava daquele ambiente festivo e santo que as casas de Deus nos oferecem.

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          Igreja minha conhecida, nesta visita descobri que os nossos olhos na maior parte das vezes olha, mas não vê. Sentado num banco, virado de costas, para o altar de Nossa Senhora das Dores, apercebi-me que os demais visitantes que circulavam pelo templo ao se deterem na minha na frente diante da imagem de NS das Dores, eram atraídos por algo de curioso que eu de costas não sabia o quê. Só com o aproximar da hora de abandonar o interior da igreja onde lá fora já se ouviam os sons dos acompanhantes do cortejo é que percebi, e tirei uma foto da legenda que diz:

Nesta vitrine estão os ossos de Santa Justina, Martir

Junto do corpo está um vaso com a legenda

SAC. CORPUS CUM VASE

SANGUINIS S. JUSTINAE

Me Coemeterio Santi Laurenty

Esta legenda diz-nos que o corpo desta Mártir

Veio do Cemitério de S.Lourenço

em Roma.

Teria sido enviado pelo Papa Pio VI

Em Setembro de 1777”.

 

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          Como disse, o cortejo percorre as freguesias do bairro de Alfama, passando pela Sé Catedral e regressa à igreja do Santo. Antes porem, no Largo da Sé é feito um agradecimento publico aos participantes e sobretudo às pessoas e instituições que mais directamente colaboram para o êxito da festividade. Eram aproximadamente 18h30 quando a procissão estava de regresso ao local de partida, atrás do jipe dos BML que transportou Santo António, o Sr. Presidente da Câmara e respectivos vereadores.  

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          Terminou a procissão, mas as  cerimónias só terminaram com a missa do Adeus por volta das 20h00. Eu estava de regresso a casa e encontrei D. José Traquina a dirigir-se para presidir a acto, eram cerca das dezanove horas.Foi hora e meia bem passada em comunhão com o viver e sentir dos devotos deste Santo que diz Frei Armindo "Não há dia nenhum, mesmo no Inverno, que não haja peregrinações de todas as partes do mundo. Concretamente, no ano passado, contabilizámos de 64 países diferentes, peregrinações de todo o mundo, a minoria é portuguesa; o ano passado, os que nós pudemos contar rondaram à volta de meio milhão de pessoas que vieram de fora”. Desta casa-igreja que se diz foi onde nasceu Santo António, consta:"Igreja reconstruída, a partir de 1767, segundo risco de Mateus Vicente de Oliveira, sensivelmente no mesmo local do templo primitivo, destruído pelo terramoto. Monumento Nacional, é um edifício tardo-barroco de linhas sinuosas marcadas no desenho do frontão e da escadaria. Com planta longitudinal, em cruz latina, apresenta nave única, coberta por abóbada de berço, recorrendo à utilização abundante dos mármores".

 O vídeo mostra o que não sou capaz

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 14:10

09
Jun 15

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          Fernando de seu nome baptismal, Santo António nasceu em Lisboa, cerca de 1195 e faleceu em Pádua, em 1231. Nunca o imaginei um santo "casamenteiro" e de bailaricos como o festejam nesta quadra antoniana. O seu nível intelectual não se prestava por certo a tais distracções populares.

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           A poucos metros da Sé de Lisboa, situam-se a Igreja e o Museu que a cidade dedica a um dos seus filhos mais ilustres. O Museu Antoniano (Largo de Santo António à Sé, 2), instalado ao lado da igreja, onde teria sido a casa dos pais do santo, tem patente obras das mais variadas expressões artísticas utilizadas para exprimir a devoção a este célebre lisboeta – esculturas, gravuras, pinturas, objectos de cerâmica, alfaias litúrgicas e objectos religiosos, entre outros. Formado em Santa Cruz de Coimbra pela escola de S. Teotónio, este “agostinho” inicial, acabou por se tornar franciscano e foi o primeiro Doutor da Igreja da Ordem dos Frades Menores, simbolizando o triângulo bem conhecido – teólogo de cátedra, pregador de púlpito e missionário no mundo – pelo espírito de abertura e de compreensão que caracteriza a nossa cultura cristã.

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          Padroeiro da cidade de Lisboa, Santo António tem na cidade de Pádua a famosa basílica do Santo, que visitei pela primeira vez em 1992.

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          Ao entrar o visitante sente-se envolvido numa densa penumbra, mas logo fica maravilhado com uma característica desta igreja: as sepulturas, erguidas em homenagem a homens de armas, a estudiosos, a eclesiásticos. Do seu titular adiante-se que a vocação franciscana surge quando a Coimbra chegaram os corpos dos primeiros mártires mortos em missão quando a caminho de Marrocos para evangelizar os mouros. Isto em 1217. Foi a pregação do Evangelho no espírito de simplicidade, idealismo e fraternidade que tocam fundo no coração de Fernando até que se decide tomar o nome de António e assim se torna mundialmente celebre. Santo António é reverenciado pelos povos de língua portuguesa como sendo Santo António de Lisboa. Mas em outros países é mais conhecido por Santo António de Pádua, por lá ter vivido e morrido nessa cidade italiana porque, por norma, os santos católicos são conhecidos pelo nome da terra onde falecem, onde normalmente se encontram as suas relíquias, e não onde nascem, como é o caso.

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          A capela com o túmulo do Santo (Arca) que contem os restos mortais. Como se apresenta agora, é obra do renascimento, iniciada em 1500 e terminada no final do mesmo século.

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             No centro da capela do Santo ergue-se o altar-túmulo, obra de Tiziano Aspetti (1594). Nos lados dois grandes candelabros de prata sobre uma base marmorea (séc. XVII).

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         Ponto de referência é também a capela das relíquias ou do tesouro. Assim chamada porque ali estão conservadas numerosas preciosidades históricas e ex-votos junto com as preciosas relíquias do santuário guardadas em artísticos relicários. Entre esses o Relicário com a língua de Santo António. Um português ir a Itália e não visitar Pádua é como ir a Roma e não ver o Papa. Para aperitivo deixo algumas referências que podem ajudar a abrir o apetite a quem aprecie a vida dos santos e a sua influência na sociedade humana, religiosa e cultural. E no caso de Santo António que nasceu em Lisboa, e faleceu em Pádua, trata-se de um santo que não é português, nem italiano, é como todos os santos um filho de Deus que viveu no mundo com os pés assentes na terra e a cabeça no céu, por isso é universal. Mas também é meu e por isso o recordo na véspera do Dia de Portugal

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 21:42

07
Jun 15

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Cardeal D. Manuel Clemente

Promessa cumprida. Eu tinha dito que no dia de hoje descia à baixa alfacinha para tomar parte na Procissão do Corpo de Deus, e assim fiz. Acompanhado da esposa e de mais duas pessoas amigas lá fui ao encontro de Deus vivo que esta tarde andou em peregrinação pelas ruas da capital.

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Esperei-O na Rua da Prata, onde depois me integrei no cortejo até à Sé, ponto de partida e de regresso desta procissão anual que Lisboa - e as demais dioceses portugueses, e do mundo cristão - realiza 60 dias após o Domingo de Páscoa.

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Já não são só 60 dias, uma vez que a secular celebração deixou de se festejar na 5ª-feira do Corpo de Deus, passando para o domingo seguinte.

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Em Lisboa é um daqueles eventos nobres que os lisboetas com fervor acolhe e vivem com muita fé e carinho. Além disso são centenas de turistas que aproveitam para apreciar e partilhar com respeito e devoção.

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Muitas caras conhecidas da minha paróquia, como este ministro da Comunhão.

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Também da Ordem do Santo Sepulcro lá vi o meu amigo Campos

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E da Bajouca a desempoeirada irmã Célia Cabecinhas.

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De São Lourenço de Carnide não faltou o pároco, Sr. Padre José António

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Como da Prelatura do Opus Dei, o seu Vigário-Geral, monsenhor Rafael do Espírito Santo

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Todo o cabido da Sé e  bispos Auxiliares do Patriarcado se integraram no cortejo

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Cortejo a que presidiu D. Manuel Clemente, e que  ao passar  do pálio com a Santa Custódia, vi muitas gente respeitosamente ajoelhar ou benzer-se.

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 Muita, mas mesmo muita gente.

 A procissão recolheu à Sé por volta das 18h30 com milhares de fieis a agradecer a visita de Deus vivo pela nossa capital. Dia 13 é Santo António

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 21:18

04
Jun 15

 

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          Até 2012 o Dia do Corpo de Deus era feriado nacional e religioso. Foi uma daquelas pedradas fortes que este governo atirou contra o povo cristão deste país católico desde a Fundação. Celebrou-se sempre numa 5ª-feira, a segunda a seguir ao Domingo de Pentecostes, ou seja 60 dias após a Páscoa. Era uma festa de guarda com vários séculos que tem como finalidade celebrar o mistério da Eucaristia, o sacramento do corpo e sangue de Jesus Cristo. Neste dia era também costume da Igreja celebrar as primeiras comunhões solenes de crianças e jovens. Acabou o feriado de 5ª-feira, mas a Festa do Corpo de Deus continua a ser celebrada, agora no segundo domingo depois do Pentecostes. Isto pelo menos até 2017, altura em que está previsto rever a decisão sobre feriados.

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        É já no próximo domingo, e como é tradição festeja-se nas mais diversas dioceses e paroquiais portuguesas. Como de costume lá estarei na da capital para ver e acompanhar Deus vivo pelas ruas de Lisboa, cujo programa transcrevo: “No dia 7 de Junho, Domingo, a Sé Patriarcal de Lisboa acolhe, às 11h30, a celebração da Eucaristia na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, popularmente conhecida como Corpo de Deus, presidida pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Após a celebração, haverá, entre as 13h00 e as 16h00, Adoração do Santíssimo Sacramento. A partir das 17h00, decorre a Solene Procissão do Corpo de Deus, que vai percorrer diversas ruas da cidade de Lisboa e que termina, pelas 18h30, no Largo da Sé, com a tradicional bênção

Novo percurso:

  • Largo da Sé  
  • Rua das Pedras Negras  
  • Rua da Madalena
  • Poço do Borratem 
  • Praça Martim Moniz (contornando o Hotel Mundial) 
  • Rua da Palma
  • Rua Dom Duarte
  • Praça da Figueira
  • Rua da Prata  
  • Rua da Conceição 
  • Largo da Madalena, 
  • Rua de Santo António da Sé 
  • Largo da Sé”.

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 19:59

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