O Dia da Mãe que em Portugal era festejado a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, passou a ser celebrado no 1º domingo de Maio. Se por Maria mais fácil se chega a Jesus, este mês da flores é também por isso muito mariano e a seu tempo o padre Correia Guedes, enquanto pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros, o escolheu para dar início à época forte das festas e romarias no alto do Monte Farinha, com a Festa da Ascensão e celebração de Missa dominical, às 18h00, desde Maio até meados de Outubro.
Seguindo-lhe os passos, o novo pároco, Sr. Padre João, acrescentou agora mais uma louvável iniciativa, a de festejar o Dia da Mãe no dia próprio e à mesma hora, desta vez, com Missa concelebrada pelo Sr. padre Guedes.
Para o efeito convidou todos os paroquianos a subir ao “Iteiro da Senhora” e ali sob protecção da Anfitriã celebrou a Eucaristia que nesse domingo, 3 de Maio, foi a única celebração paroquial pois pediu aos paroquianos para o dispensar de celebrar a missa na igreja matriz e juntos tomassem parte na participada eucaristia que no santuário de Nossa Senhora da Graça o coro da aldeia de Vilarinho abrilhantou, e as mães tiveram ali a sua memória bem realçada em sentimento e flores.
Um bom ensaio para primeira grande festa deste ano, que é já no próximo dia 24, Festa da Ascensão do Senhor, embora em Domingo de Pentecostes. Mas também o dia há muito que deixou de ser festejado em 5º-feira de Ascensão. Por tudo, parabéns ao Pároco, Padre João Paulo; e também em jeito de homenagem saúdo todas as mães do mundo, com este poema maravilhoso de Guerra Junqueiro:
“Minha Mãe, Minha Mãe!
Minha mãe, minha mãe! ai que saudade imensa, Do tempo em que ajoelhava, orando, ao pé de ti. Caía mansa a noite; e andorinhas aos pares Cruzavam-se voando em torno dos seus lares, Suspensos do beiral da casa onde eu nasci. Era a hora em que já sobre o feno das eiras Dormia quieto e manso o impávido lebréu. Vinham-nos da montanha as canções das ceifeiras, E a Lua branca, além, por entre as oliveiras, Como a alma dum justo, ia em triunfo ao Céu!... E, mãos postas, ao pé do altar do teu regaço, Vendo a Lua subir, muda, alumiando o espaço, Eu balbuciava a minha infantil oração, Pedindo ao Deus que está no azul do firmamento Que mandasse um alívio a cada sofrimento, Que mandasse uma estrela a cada escuridão. Por todos eu orava e por todos pedia. Pelos mortos no horror da terra negra e fria, Por todas as paixões e por todas as mágoas... Pelos míseros que entre os uivos das procelas Vão em noite sem Lua e num barco sem velas Errantes através do turbilhão das águas. O meu coração puro, imaculado e santo Ia ao trono de Deus pedir, como inda vai, Para toda a nudez um pano do seu manto, Para toda a miséria o orvalho do seu pranto E para todo o crime a seu perdão de Pai!... (...) A minha mãe faltou-me era eu pequenino, Mas da sua piedade o fulgor diamantino Ficou sempre abençoando a minha vida inteira, Como junto dum leão um sorriso divino, Como sobre uma forca um ramo de oliveira! “.