A igreja de Nossa Senhora dos Mártires fica situada na Rua Garrett (ao Chiado), no local onde em 1147 se deu a batalha da conquista de Lisboa. Em memória dos que tombaram nesse combate foi construída a ermida dos Mártires sob a qual mais tarde foi construído o Convento de São Francisco. Da primitiva ermida um relicário com caveiras exposto num dos altares desta igreja de arquitectura barroca, em que a mão de mestres, como Reinaldo M. dos Santos e outros notáveis, como Inácio de Oliveira Bernardes e Pedro Alexandre de Carvalho deixaram marca, é para mim atractivo emocional que além dos mais me leva em pensamento ao meu torrão natal, onde no Monte Farinha me recordo de ver os peregrinos e romeiros nas festas da Ascensão e do Santinho, São Tiago, entrar na “Casa das Estampas” para ver ou beijar a “Caveira do Ermitão”. Tradição a que entretanto foi posto fim, com a retirada da caveira de lugar visível, mas que eu entendo, se ainda existe, devia voltar a ficar exposta em redoma, onde pudesse ser vista. Não seria nenhum sacrilégio, e os peregrinos e romeiros da Senhora da Graça, por certo agradeciam. E saber imitador as tradições nobres das terras civilizadas por certo não desonra os nossos aldeões.
Este post surgiu de uma deslocação que neste 30 de Abril fiz ao centro da capital e subi ao Chiado onde junto “A BRASILEIRA” um grupo de dançarinos africanos exibiam a sua arte com muitos turistas a ver e apreciar. O café A Brasileira do Chiado” foi fundado em 1905 por Adriano Soares Teles do Vale, um arouquense, nascido e Alvarenga. A partir da sua fundação A Brasileira passou a ser palco de tertúlias intelectuais, artísticas e literárias. Por li passaram nomes famosos reunidos ao torno do poeta-general Henrique Rosa (tio adoptivo de Fernando Pessoa), que viriam ser os fundadores da Revista Orpfeu.
Deixei o Chiado pelo elevador do Metro e regressei a casa, onde vim escrever o que colhi num passeio por esta cidade que sendo das mais belas da Europa uns certos portugueses agrupados tentam estragar a imagem com greves e paralisações laborais que a todos vai sair caro. Estou a lembrar-me da greve dos “mal pagos” pilotos da TAP que amanhã 1º de Maio, vão entrar em greve por 10 dias. Que São José tenha compaixão deles.
Já com a reportagem feita veio-me à mente uma imagem que tenho na retina e recorda uma tela representativa do “Rapto da Europa, por Zeus disfarçado de touro. Europa era a filha do rei da Fenícia”, diz a legenda.
E pronto, assim acabou mais um Abril à portuguesa; e amanhã começa o Mês de Maria; Dia do Trabalhador e que tem São José Operário por patrono. Boas entradas no Mês das Romarias, que a festejar São José e logo no Domingo dia 03, com o Dia da Mãe a ser festejado no santuário de Nossa Senhora da Graça (Monte Farinha) com eucaristia às 16h00, dando inicio no "Iteiro da Senhora" à época festiva de 2015.