Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

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Mar 15

 

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Vilarinho da Samardã (Vila Real)

          Era daquelas pessoas a quem nos afeiçoamos mesmo sem com elas privar de perto. O seu nome começou a soar-me ao ouvido quando na década de 60 o litigio entre Vilar de Ferreiros e Mondim por causa da posse do Santuário de Nossa Senhora da Graça se assanhou e o tentaram meter na contenda. Desviou-se imaculado da questão.    

          Pessoalmente só o conheci quando um dia fui propositadamente de Lisboa a Mondim para assistir ao lançamento do primeiro livro publicado em poesia pelo consagrado poeta Luis Jales de Oliveira, que decorreu no edifício antigo da cadeia da vila. Também o Dr. Nelson me conhecia de nome, mas não me fazia assistente naquele momento cultural que Mondim estava a viver nesse dia. Já no fim do cerimonial todo, a curiosidade levou-o a perguntar quem era a cara estranha que ali se juntou. Alguém o elucidou, e quando já na rua pronto para ir embora, voltou atrás e veio ao meu encontro, cumprimentou-me e disse de voz firme: " Ó Costa Pereira, olhe que eu nunca tive nada a ver com a questão da Senhora da Graça!". E partiu. Foi em meados de 1993.

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          Só decorridos alguns anos mais tarde, nos voltamos a encontrar e então os laços de amizade se estreitaram e selaram com uma campanha que no blogue "Ao Sabor do tempo" ou seja http://aquimentem2.blogs.sapo.pt/, foi promovida por iniciativa dos seus antigos alunos do colégio de Nossa Senhora da Graça, em Mondim, com a Maria da Graça Matos como sua pioneira, no sentido de se prestar uma merecida homenagem ao ilustre transmontano que lecionou em Mondim de Basto, Nova Lisboa, Évora, Alcácer do Sal, Chaves e Braga. Em post que divulguei em 10 de Julho de 2008, com o titulo Nelson Vilela, foi tal o apreço pela iniciativa que bateu o record de comentadores: 115.

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          Deste mondinense, por casamento e afinidade, registei então : "Nelson Vilela, nasceu em Vilarinho da Samardã, em 1933, oitavo filho de uma família numerosa (14 irmãos). Cursou Teologia no Seminário de Vila Real. Aos 18 anos publicou o seu primeiro livro de poesia "Saudade", com autorização do Bispo D. António Valente da Fonseca que por ele nutria muito carinho e o encorajamento do ilustre filólogo Mons. Ângelo do Carmo Minhava. Que do Nelson fez saber : " Homem de raras qualidades, mas muito modesto, podia, se outro fora o seu temperamento, impor-se no arraial das letras..." - Em Portugal só quem for aventureiro é que trepa… Nunca tendo exercido qualquer ónus eclesiástico, pediu e obteve dispensa desse múnus e dedicou-se ao Ensino, após se ter licenciado em Filologia pela Universidade do Porto".

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Aqui repousam também os restos mortais de minha saudosa mãe.

          Fiquei muito comovido quando no dia 19 do corrente mês recebo do meu amigo Dr. Jorge Lage esta mensagem: "Olá! Notícia muito Triste, partiu hoje o Prof. Nelson Vilela. O Funeral do Nosso Poeta, Prof. Nelson Vilela, falecido a 18MAR2015, realiza-se amanhã, 20MAR2015, pelas 15H00, com cerimónias na Igreja S. Vicente, em Braga, para o Cemitério de Monte d'Arcos, em Braga. Como amigo do Nosso Poeta e Professor, Nelson Vilela, bem como a Família numerosa, agradece-se a divulgação do Funeral. Ao longo da sua vida esteve muito ligado a Mondim de Basto, como Professor e depois por casamento. Agradece-se a melhor divulgação. Saudações agradecidas".

           E logo depois vem o meu onomástico José Teixeira da Silva dar a ultima badalada: " Meu caro Costa Pereira, eu estive ontem em Braga a participar no funeral do nosso eterno amigo, Dr. Nelson Vilela. A missa celebrada por três sacerdotes, entre os quais seu irmão Pe. Fernando Vilela; foi muito participada e teve no final uma declaração de despedida, feita por um dos seus filhos - Dr. José Nelson Machado Vilela - que emocionou todos os presentes à cerimónia". - Não somos de cá e o Dr. Nelson tinha disso a certeza, por isso cantou: "Triste seria que a vida/Ou Morte?/Levasse tudo…Que tudo/Fosse vão./Que nada ficasse,/Quando o corpo tombasse/Amarfalhado, /Dentro dum caixão". – In Sempre em Caminho. Sinto-me orgulhoso por o ter na conta daqueles amigos anónimos, mas prontos para as ocasiões. Que repouse em paz junto dos eleitos porque na terra fez por isso. A toda a família em luto os sentidos pêsames de aquimetem.

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 07:27

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