Passo quase todos os dias na Estação do Parque ( Metro - Lisboa), mas raras vezes piso o sua gare. Calhou hoje e recordo que já lá vão uns anos bons passei aqui a correr na esperança de receber um fato ofertado pela casa Cardoso da Saudade, mas na condição de participar num programa do António Sala e Olga Cardoso. Ganhei e foi no Pavilhão de Desportos (ao Parque) que se vê no topo da rua.
Um exame medico na Rua António Augusto de Aguiar está na razão de sair no Parque e recordar coisas passadas. Mas o dia que está a decorrer é de festa e dela vamos a falar.
Hoje é dia de São Martinho, São Martinho de Tours. Da sua história de militar e da capa que repartiu com um pobre já todos ouvimos contar. Fala-se do cavaleiro que repartiu a capa, mas da caminhada que lhe permitiu levar a Igreja a reconhecer o direito dele figurar nos altares, como modelo cristão, pouco se adianta. Porém é tradição que São Martinho, nem cristão era, e só o foi porque sua esposa já o era, e a promessa da conversão, caso obtivesse uma vitória numa batalha contra os alamanos, acabou por fez o resto.
Deste santo que foi, militar, monge e acabou bispo, fica a sua acção missionária e pedagógica importantíssima na cristianização da Gália (ou Pais de Gales), donde a fé cristã irradiou para outras províncias ou regiões ocidentais do Império Romano. E não esquecer que foi dos fundadores do monaquismo na Europa Ocidental. O festejar com vinho e castanhas o Dia de São Martinho não é reprovado pela Igreja, e até por certo que louva essa manifestação popular. Mas não vá os fieis suporem que São Martinho conquistou a santidade metido nos soutos e nas adegas.
Um grande santo, tão grande e tão venerado que o templo onde o seu corpo jazia recebeu o nome de “capela”, termo que dali se generalizou. Os excessos sempre reprováveis nas revoluções não medem as atitudes que tomam, assim foi com a Revolução Francesa ao demolir a sua basílica, mandando fazer uma rua sobre o seu túmulo, com o objectivo de fazer desaparecer o seu nome. Loucuras humanas, destes tristes “revolucionários”. Já no séc XIX apareceu um aristocrata francês, conhecido como “o santo homem de Tours” que promoveu por toda a França uma cruzada para a sua reparação e consegui. E Tours continua a ser um local de peregrinação e romagem