Nasci e fui amamentado em Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto); e “apartado” em Fermil (Celorico de Basto), para em progressão entrar na adolescência. Posso considerar por isso como minhas terras, estas duas localidade que o Tâmega e a vila de Mondim separam uma da outra por cerca de uns 8km. Em Vilar, passei os primeiros anos de infância que deram ocasião a percorrer toda a montanha e atalhos que levavam a Adoria, Anta, Pioledo, Cavarnelhe, Limões, Macieira, Lamas de Olo, Vila Real, Bilhó, Travassos, e as demais povoações da maronesa serrania.
Já em Fermil, foi a cegar erva para alimentar o “Valente” – nome de um cavalo, do padeiro Esmeraldo Alves de Carvalho – na quinta da Santa, em Gagos, e no lameiro do Campo, em Molares – junto ao antigo matadouro de Fermil - que dos nove até aos catorze anos tive por missão, a par de vendedor de trigo, percorrendo de canastro ao ombro toda a freguesia de Vale de Bouro desde os Caselhos de Baixo até à Raposeira, o que marcou bem o meu carácter de transmontano de Basto
Gozando duma localização privilegiada e com amplo espaço para urbanização e aclividades agro-pecuárias, levou a que muito sedo ali fossem criadas duas feiras mensais com fama em toda a região: a dos 8 e a dos 19. O que deu origem a um desenvolvimento notório da povoação e à fixação à terra de muitos fermilenses, ora dedicados ao comercio, ora às artes e ofícios correspondentes às carências das aclividades locais. Foi nesta bonita aldeia que desde 12 de Julho de 2001 consta no rol das vilas de Portugal, aprendi as primeiras letras e o desejo de conhecer novas terras, nasceu em mim. Vila integrada pelas freguesias de Gagos, Molares e Veade, também estas três freguesias, pela recente reforma administrativa, em 2013, foram extintas, passando a designar-se por União das Freguesias de Veade, Gagos e Molares, com a sua sede em Veade (Celorico de Basto-Braga).