Em dia de São João Crisóstomo, 13 de Setembro, entrei na igreja de São Domingos, sede da paróquia das santas Justa e Rufina. Deve ser das igrejas mais visitadas por quem passa por Lisboa, e não menos por quem é ou vive na capital e arredores. Segundo as crónicas, a sua origem remonta “a 1241, tendo sido alvo de várias obras de remodelação e reconstrução, o que fez com que sejam visíveis elementos de diferentes períodos e influencias, como seja o barroco.
Das maiores e mais importantes igrejas da capital, foi aqui que também durante muitos anos as grandes cerimonias religiosas tiveram lugar, como casamentos e baptizados reais. Mas ainda actualmente eventos como, a Restauração, no 1º de Dezembro, e Fundação do Colégio Militar, a 03 de Março são vigorosamente assinalados ali com solene Eucaristia nas respectivas datas. Quem visita esta igreja que um incêndio destruiu parcialmente em 1959, e que obrigou se mantivesse encerrada até 1994, fica pasmado com a dimensão da única nave que a sustenta e que certamente contrasta com a ideia que se tem quando se está no exterior. Até nisto se não me tivessem chamado atenção, ia continuar a olhar para o teto alheio à sua notabilidade.
Mas por falar em olhar e não ver foi o que hoje me aconteceu e que só ao meu Anjo da Guarda devo não ter dado um trambolhão. Na baixa-alfacinha não sei quem foi o iluminado arquitecto e o Presidente da Câmara que, feito com ele, autorizou dotar a cidade com bolas e meias bolas, como separadores nos passeios. Pois foi, num desses boleados empecilhos do passeio publico que mesmo nas barbas de D. João da Câmara ( 1852-1908) eu ia tombando sem que o insigne dramaturgo, no seu Largo, junto ao Teatro de D. Maria II, me pudesse dar a mão.
Mau gosto de um Município, que no centro duma cidade turística, onde a Rua 1º de Dezembro e os Restauradores ainda reinam, com D. Pedro IV a conquistar o Rossio, armar ratoeiras destas para quem anda na rua.