Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

10
Jun 16

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 Veio-me ter à mão mais uma daquelas peças moldadas a tinta de imprensa que só o Ginho com a sua capacidade e engenho sabe materializar, e que me trouxe da montanha, onde tenho as minhas raízes, uma perfeita imagem histórica, etnográfica e paisagística, com o titulo: Mondim de Basto.

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 Enriquecida com imerecida dedicatória, uma ilustrada monografia da vila e do concelho a quem D. Manuel I deu carta de foral e manteve até tarde terras regalengas, este guião turístico leva-nos a usar da perspicácia para quando no terreno entender a linguagem das pedras, dos carreiros e atalhos, dos rios e fontes, da arquitectura urbanística e dos montes e vales, deste concelho escondido da vista, mas que no coração palpita. Começa bem, com:
“Um cibo de terra roubado,/A um mar de pinheiros sem fim, /Um Monte e um Rio ao lado,/E lá no meio – Mondim !!!”.

Das “origens” às “histórias & lendas” e dos “factos” aos “ romanos”, nos dá, Luís Jales de Oliveira, em álbum muito bem ilustrado com imagens, prosa e poesia exemplificativa do que de Mondim de Basto só um mondinense do seu calibre á capaz.

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 Temos assim em verso e prosa, ilustrado com imagens, todo um desfilar da história de um concelho rural da região de Basto, que por ficar na margem esquerda do Tâmega e nas faldas do Marão, - onde pontifica o Rio, mas também o Monte Farinha e as Fisgas de Ermelo - é território transmontano, na zona de transição com o Minho, por Celorico e Cabeceiras de Basto (Braga) .

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Repetindo o convite com que o autor, Luís Jales de Oliveira, faz ao leitor, transcrevo: “ Dizia o povo que quem bebesse da água do Barrio ficaria enfeitiçado e jamais haveria de partir. Venha beber da nossa identidade e deixe-se enfeitiçar por Mondim”. Muitas vezes lá bebi, mas, por aldoes da vida, resisti ao feitiço...

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Uma forma original para encerrar este atraente cardápio turístico, com um convite ao leitor do livro a se deter na ementa e escolher a seu gosto. Tem muito por onde, e diversificado. Do património cultural ao construído, do desporto profissional ao amadorismo e de lazer, não falta em Mondim. Sem pretensões de historiador fecundo, mas muito sabedor do que escreve, o Ginho, desce pela mão dos entendidos às remotas origens históricas da nossa terra, mais para varrer poeira que ao longo de séculos se acumulou, para desviando-a facilitar as gerações futuras e actuais a conhecer o que agora Mondim ainda tem de maravilhoso para mostrar. Leva-nos serra fora, desde o "castroeyro" à " cruz do Jugal", e pela cumeada até às grutas de Campanhó. E ao Ermelo, para nos mostrar as Fisgas.

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A vila, a montanha e as suas aldeias, os ribeiros e ribeiras, a fauna e flora do Alvão, as festas e romarias, a música, o folclore, as tradições, os artistas da pedra, da madeira e do ferro, são motivos a juntar a uma gastronomia, onde impera o “verdasco” de muita qualidade, a famosa carne maronesa, o pão cozido nos fornos a lenha, e moído nos típicos moinhos de rodízio, depois de cultivado pelo lavrador nos campos e lameiros de entre Tâmega e Lamas de Ôlo. Mais um diamante lapidado com gosto e muita arte por Luís Jales Oliveira.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 14:58

10 comentários:

« "No cimo do Monte há uma capela,
E cada vez que olho para ela,
Apetece-me voar...
E humilde peregrino,
Vou em ânsias de menino,
Lá rezar.

No cimo do Monte há uma capela,
E cada vez que entro nela,
Vivo um mistério profundo:
Senhora,
Que feitiço derramais,
Que o mais comum dos mortais,
A Teus pés é Rei do do Mundo ?!"»
an a 7 de Julho de 2016 às 18:48

MONDIM DE BASTO

"Um cibo de terra roubado,
a um mar de pinheiros sem fim,
um Monte e um Rio ao lado,
e lá no meio - Mondim !!!"

No peito do mapa de Portugal, Basto é um pequeno coração esquartelado com duas aurículas, Cabeceiras e Ribeira de Pena, dois ventrículos, Celorico e Mondim de Basto e uma veia cava oxigenadora, o Rio Tâmega, que lhe rasga o tecido na vertical.
Mondim, ventrículo sestro do referido tecido muscular, repousa numa chã fértil da margem esquerda do nosso Tâmega sagrado, ajoelhado aos pés de Nossa Senhora da Graça, precisamente onde o Minho acaba e Trás-os-Montes começa. O concelho estende-se por uma área de 174 km2 englobando zonas de transição, zonas diversificadas e de marcante originalidade. As freguesias de Atei, do Bilhó, de Campanhó/Paradança, de Ermelo/Pardelhas, de S.Cristovão de Mondim e de Vilar de Ferreiros desenham um tecido único e invulgar, onde a natureza se manifesta no seu esplendor original.
Somos o "pousadouro", o centro da travessia que liga o Douro ao Verde Minho, o local privilegiado onde os viajantes podem pernoitar, retemperar as forças e descobrir uma terra de deslumbramento.
Porto e Braga ficam a uma hora de caminho, Guimarães, Vila Real e Amarante a cerca de trinta minutos e, depois, Espanha é mesmo, mesmo ali ao lado.

In Mondim de Basto
an a 12 de Julho de 2016 às 13:15

ORIGENS

O concelho foi ocupado desde tempos imemoriais por povos, tribos e raças que escolheram as alturas e a proximidade dos deuses para construírem e defenderem os seus castros, os seus rebanhos, os seus locais de culto e a eterna morada dos seus antepassados.
Na vila de Mondim de Basto foram descobertas cerâmicas com cerca de cinco mil anos. Nas redondezas de Nossa Senhora da Graça foram localizados vestígios que ultrapassam os sete mil. No planalto das Gevancas estão referenciados túmulos megalíticos e o menhir da Pedra Alta deverá corresponder ao período referido.
Dos povos ocupantes poderemos referenciar, para além de tantos outros, os Pharos ou Pharúsios, a quem se deve o baptismo do "Monte Farinha", os Celtas Nemetanos, os Youlaus e os Souseus, os Longos, os Lícios e os Linceus, os Búbalos ou Bíbalos, os Equesos e os Tamecanos.

In Mondim de Basto
an a 12 de Julho de 2016 às 15:25

ESTÓRIAS & LENDAS

O povo conta estórias fantásticas cheias de encanto, de mistério e de magia. Muitas delas têm origem no Monte de Nossa Senhora da Graça, extraordinário santuário de fé, de história, de etnografia, de desporto nacional e dos encantos da natureza.
Há lendas de pedras colossais que se abrem para esconder Nossa Senhora e salvar o menino Jesus da perseguição do Rei Herodes; lendas das misteriosas fugas de Nossa Senhora do seu Altar no Monte Farinha, para ir salvar marinheiros perdidos nas tempestades do mar alto; de minas dos Mouros que correm oito quilómetros para desaguar no rio, recheadas de ouro e de diamantes guardados por serpentes e por princesas encantadas que só aparecem nas manhãs de São João; de batalhas imemoriais contra as legiões do império romano, de sete condes dos Sousões esvazados nos olhos e sepultados em Atei; de mãos de fogo que percorrem, à noite, o velho caminho do apiário da Serra; da diabólica descida dos mafarricos pelo Velão que só terminaria no lugar de Paradança; da imagem de São Faustino que foi lançada ao fogo e não ardeu; das relíquias de São Pacífico que estavam na capela da Casa da Igreja, que foram despejadas no quintal pelos soldados do general Loison e que até foram "depenicadas" pelas galinhas de Varzielas; da menina de Pedravedra que foi trespassada, numa das ancas, por uma baioneta francesa e que depois, já adulta, mostrava com todo o orgulho do mundo, a cicatriz que lhe inflingiram os invasores; do sino de ouro que se ouve tocar, ao fim do dia, em Campos, na Caínha, em Vilar de Ferreiros e em Vilarinho; nas patacas de ouro do Monte Farinha que se transformam em rojões de ferro; das velhas que demandaram a entrada da mina dos mouros, lendo o livro de São Cipriano ao contrário e que foram teletransportadas a quilómetros de distância...

In Mondim de Basto
an a 12 de Julho de 2016 às 18:07

ROMEIROS DE SANTIAGO

A música está na alma e caracteriza a identidade dos Mondinenses. Um povo que ri, que canta e que dança. Um povo alegre, festeiro e gaiteiro. Romeiro por natureza. Um povo que sobe até ao alto do Monte Farinha com os olhos colados na Senhora milagrosa. Um povo que celebra o Apóstolo Santiago na noite de 24 de Julho, com estúrdias com tocatas e que partilha merendeiros no meio das ruas até aos alvores da madrugada.
an a 13 de Julho de 2016 às 19:34

ROMARIA

Explodem tunas e tocatas, troam estúrdias e ranchadas,
Rasgando a noite sufocante coalhada de romeiros,
Todos se fazendo ao monte de cabaças recheadas,
Nas rodilhas das mulheres as gigas dos merendeiros.

Os meninos vão às costas, as mantas vão trespassadas,
As botas ao dependuro, as candeias são luzeiros,
As mulheres botam o alto com gargantas afinadas,
Pelas fraldas da montanha ornada de medronheiros.

Ao chegar vão-se às promessas, de joelhos nas escadas,
Quatro voltas no caixão, sete palmos de pinheiro,
A prenda das arrecadas com os quilates da lei;

Explodem tunas e tocatas, troam estúrdias e ranchadas,
Arraial, jogo do pau, contas feitas a marmeleiro,
Nossa Senhora da Graça, pró ano cá estarei!!!

In A Rainha de Basto -
an. a 13 de Julho de 2016 às 19:43

NOSSA SENHORA DA GRAÇA

Para quem chega a esta concha, a este remanso do mundo, a esta terra prometida, é como s`escancarassem, de repente, as portas do Paraíso de par em par - e o Monte, constantemente, enorme e omnipresente a carrapitar, lambareiro, pelas quatro coordenadas do nosso espanto abismal.
De baixo, vulcão rompante, alastra pelas retinas como se fosse explodir. De cima, parindo ilhas, mar de susto e mar d`espanto, afoga um homem d`azul por praias do infinito.
O Monte Farinha (zona plutónica do primeiro enrugamento hercínico e paleozoico de há 450 a 350 milhões de anos) é uma "Faceta trapezoidal" oriunda do topo do Alvão após uma revolução tectónica que encavalitou xistos andaluzíticos com granitos velhos, criando um sistema complexo de falhas tectónicas de "horts e grabens" em toda a zona. Local mágico, cativante e perturbador, recheado de história, de vestígios arqueológicos, de lendas e de tradições. Local privilegiado para os amantes da natureza e emblemática referência desportiva de múltiplas modalidades, é destino obrigatório dos caminhos da fé, da religião e do turismo nacional e internacional. Miradouro excepcional e altar privilegiado duma Senhora de pedra, coroada a mil metros de altitude, que tem atraído, ao longo de toda a história, as multidões que a contemplam à distância e que se encomendam, esperançadas, à sua divina protecção.
Um espaço sagrado e sacralizado onde grande parte da história e da cultura da região estão gravadas a ferro e fogo, nas milenares fragas de granito daquele Monte.

IN MONDIM DE BASTO
AN a 15 de Julho de 2016 às 16:20

SABORES DA TRADIÇÃO

Cabrito das Fisgas de Ermelo, trutas e bogas do rio, posta maronesa na brasa, pão e vinho quanto baste, presunto, mel do melhor, vitela que se desfaz, pão-de-ló amarelinho...
Os sabores ancestrais são recuperados e acarinhados pela restauração local, respondendo ao desmedido interesse que, actualmente, se manifesta pelo produto turístico gastronomia e vinhos, a nível nacional e internacional.
Guardadas nas arcas dos nossos avós, permanecem as receitas dos mílharos, do caldo de farinha, do empadão de carne, do arroz de bucho e tantas outras, que podem marcar a diferença e afirmar a nossa identidade.

In Mondim de Basto
an a 20 de Julho de 2016 às 18:57

O VINHO

Notável jardim de latadas ribeirinhas a pontear as encostas do vale do Tâmega. A antiga vinha do enforcado e os antigos métodos tradicionais foram substituídos por novas plantações e por tecnologia avançada. Os nossos vinhos revelam uma surpreendente frescura, leveza e elegância, a par de uma forte expressão aromática e gustativa, com destacadas notas frutadas e florais. Vinhos de alegrar a alma e confortar o estômago. A casta azal é a essência do "nosso" vinho branco leve e fresco. Nos tintos a tinta nacional dá a cor; o padeiro de basto, borraçal e rabo de ovelha dão-lhe o corpo. Na freguesia de Atei situam-se os principais produtores do néctar emblemático que nos caracteriza e que se vem afirmando como um dos melhores embaixadores da região.

In Mondim de Basto

an a 20 de Julho de 2016 às 19:08

A LENDA DE PARADANÇA - MONDIM OUTRORA -RIMAS PAROLAS

Pasmaram os homens tolhidos e quêdos,
Da praga que jorra do Marão descida,
Diabos à solta rogaram--nos mêdos,
Herdamos a morte em dias de vida.

Tocando tambor, fazendo arremêdos,
Estapor dos dienhos, fronha enegrecida,
Surripam as casas, espiam segrêdos,
E queimam a terra, a terra é perdida.

Estropiam guinchando, trepando penêdos,
Bailando no ar, fogueira mantida,
Bebendo à tulha, enfardando a pança...

Mas eis que levanta da mão cinco dedos,
Um homem com "eles" na zona devida,
Impondo aos infernos - AQUI PÁRA A DANÇA!!!

Luís Jales de Oliveira
Anónimo a 7 de Dezembro de 2016 às 18:12

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