Neste blog, vou passar fazer todo aquele trabalho que habitualmente tenho vindo a distribuir por vários blogs. Dar descanso aos velhos....

06
Ago 16

 

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 Hoje lembrei-me deste saudoso e conceituado pintor sacro que conheci em 1992 e que até ao seu falecimento tive por amigo sincero. Refiro-me ao bracarense  Sebastião Pinto da Silva. Creio que em 1948 foi tropa no quartel de Campo de Ourique  e ali deixou a sua arte de pincel e paleta bem visível na  sala de sargentos da que é hoje a ESSM. Anos mais tarde esse trabalho esteve em risco de ser destruído face a obras no salão. Quando já tudo apontava nesse sentido calhei de descobrir um familiar do artista, e disso dei conhecimento ao saudoso brigadeiro Duarte Ferreira que me encarregou de contactar o pintor. Resultou daí vir o mestre Sebastião a Lisboa para restaurar o seu trabalho, ficando alojado na Escola até à sua conclusão. Ganhando eu, além da sua amizade, um quadro pintado por ele onde faz constar a minha aldeira com seu cruzeiro paroquial e como pano de fundo o Monte Farinha  

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 11:43

27
Jun 16

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Há muitos anos que no mês de Maio costume fazer uma “romaria” ao Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel com um grupo de amigos também devotos de Nossa Senhora. Fica situado no concelho de Sesimbra, distrito de Setúbal. Com mais de 600 anos, a igreja deste santuário foi iniciado em 1701 e sagrada em 1707. A devoção surge à volta de uma imagem encontrada em cima de um rochedo e mereceu dos crentes dotar o sítio com uma pequena ermida que deu origem ao famoso santuário que hoje é. Só uma visita ao local dá do local a imagem autêntica. E da vizinha e sedutora Arrábida, vamos em demanda da capital do Minho, para falar do Sameiro. Foi numa dessas viagens que adquiri este postal, não sei quando.

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 Começou por um simples monumento em honra da Imaculada Conceição, em 1854, logo a iniciativa do Padre Martinho António Pereira da Silva ganha o carinho do povo português de modo que em Junho de 1870 começa a construção de uma capela perto daquele monumento. Não é preciso adiantar mais, a não ser que em 1964 o Papa Paulo VI elevou o Santuário à categoria de Basílica , e em 15 de Maio de 1982 teve a visita de São João Paulo II. O qual lhe concedeu a Rosa de Ouro, em 2004. – Este postal foi-me enviado pelo saudoso pintor sacro Sebastião Pinto da Silva, pelo Natal de 1986.

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 Continuando no Minho vamos de Braga por Guimarães e Fafe, onde pela EN 206, depois de em São Gens atravessar a Pica,  atingir o planalto  e entrar na Lameira, já do concelho de Celorico de Basto. Ali, ainda antes de perder de vista o vale de Ave, para penetrar no vale do Tâmega, uma placa indicativa, à nossa direita, aponta a direção do vizinho alto do Viso, onde uma imagem de culto mariano com aquele titulo atrai muitos devotos. O culto é antigo, e consta na lenda das “Sete Santas Irmãs” que o povo conta também, com santa ignorância. São elas: NS da Graça, NS dos Remédios, NS das Neves, NS das Graças, NS da Ourada, NS do Porto e Nossa Senhora do Viso. Situada a 856 metros de altitude, esta ermida além do espectacular miradouro, oferece aos visitantes uma zona de lazer excelente, onde sossegadamente o forasteiro pode reflectir descansar e gozar do panorama que o Monte do Viso deixa ver. Tem festa grande no 2º domingo de Setembro, que o Arciprestado de Celorico costuma aproveitar para fazer a sua peregrinação anual. Uma das preces mais repetidas ali é esta: “ Nossa Senhora do Viso dai-nos juízo até à hora da morte”. – Este postal foi-me enviado pelo saudoso Padre Guedes, em 13/VI/1970.

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 E já nas margens do lado esquerdo do Tâmega, em terras do concelho de Mondim de Basto, em Tras-os-Montes,  temos o Monte Farinha assim descrito: 

Do Santuário de Nossa Senhora da Graça já está tudo dito e sabido face à divulgação que lhe tem sido dada, e com justo merecimento, pois além do trono que é da sua padroeira, é também o mais sublime miradouro da região de Basto e no género o mais belo de Portugal. À volta deste santuário e do relevo paisagístico onde se situa sou desde há muitos anos zeloso divulgador dos seus encantos e denunciador do que de nefasto possa denegrir aquela pirâmide verde que Nossa Senhora da Graça coroa. Deste vez não recomendo nenhum dos blogs que abrem por aquimetem, mas antes citando IGOGO que sem dizer muito, diz tudo. Este postal com o altar de NS da Graça, foi-me enviado da aldeia de Vilarinho, em 08/09/1980, pelo meu conterrâneo José Francisco Borges Lopes.

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 23:12

07
Mai 16

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 Quem vai por Melgaço, toma a estrada de Lamas de Mouro, um lugar de sonho situado entre as serras da Peneda e Castro Laboreiro, e que possui o mais belo parque de Campismo de Portugal. Pertence ao concelho de Melgaço (distrito de Viana do Castelo). Lugar afastado tanto da terra que dá nome a uma raça de cães de guarda (o "castro laboreiro" ), como do Santuário de Nossa Senhora da Peneda, uns 6 ou 7 km; a diferença é que este santuário faz parte da freguesia de Gavieira, do concelho de Arcos de Vale de Valdevez. Hoje já se pode ali chegar de carro, indo dos Arcos pelogozar férias em tempo de Verão  Soajo, mas ainda há uns 40 anos, como também aconteceu comigo, só indo por Melgaço. Os fieis do próprio concelho tinham que fazer bem mais de 100k, e por outros concelhos, para lá chegarem de carro. Daquele promontório rochoso desce o rio Peneda, que tomba como penitente junto ao mariano santuário dos finais do Séc. XVIII e o terceiro quartel do Séc. XIX. A igreja tem a data de 1875. Na escadaria, frente à igreja, ressai as esculturas alusivas às virtudes: a Fé, a Esperança, a Caridade e a Gloria, com data de 1854. Santuário muito concorrido, sobretudo na primeira semana de Setembro onde se realiza um grande arraial popular.

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 É a segunda maior elevação de Portugal Continental, a Serra do Gerês ( em galego Serra do Xurés) atinge a ponto mais alto, 1545 metros na Nevosa. O Gerês forma uma cadeia granítica que se estende por 35 km. entre a Fonte Fria e o rio Caldo. Com a Peneda, o Gerês constitui o todo do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que localizado a Norte de Portugal envolve a Serra do Gerês, entre Cávado e Lima e parte da Serra da Peneda. Um paraíso de flora e fauna único em Portugal.

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À mão tenho mais este postal que recebi do Sr. Padre Guedes , em 12/07/67, que da Barragem da Venda Nova adianta: “Barragem de 96 m. de altura, no rio Rabagão, construída em 1948/51, pela Hidro Eléctrica do Cávado. A central geradora, junto ao rio Cávado, aproveita uma queda de 415 m”. Situa-se entre o concelho de Montalegre (Distrito de Vila Real) e Vieira do Minho (Distrito de Braga), a sua albufeira apresenta uma superfície inundável ao nível plano de armazenamento de 400hetares. A capacidade do descarregador é de 1100m3/s e o escoamento médio anual é de 284hm3. Mais um dos testemunhos que as barragens não são para favorecer as terras onde são construídas, mas a quem delas nos grandes centros urbanos beneficia. Esta, pelo menos era portuguesa….

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 Cávado abaixo, eis-nos na capital do Minho, a “cidade dos arcebispos”, onde neste belo postal que, em 26/08/76, me foi enviado pelo saudoso celoricense Sr. Afonso Costa, um militar de carreira, que fez de Braga terra sua. Neste postal se pode apreciar parte do sedutor Jardim de Santa Bárbara, nas traseiras da Biblioteca (Séc. XVI). Situado na freguesia da SÉ, este jardim publico junto ao medieval Paço Episcopal Bracarense, tem no centro uma fonte do séc. XVII que pertencia ao Convento dos Remédios, encimada por uma estátua de Santa Bárbara, dai o nome dado ao jardim. Um passeio por terras do Minho e “Terra Fria” de Trás-os- Montes é recomendável para gozar férias em tempo de Verão

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 22:46

23
Fev 16

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Como o Bom Jesus do Monte, também o santuário de Nossa Senhora do Sameiro é um dos principais pólos de atracção cristã com que a cidade de Braga está presenteada. Este seu santuário mariano que teve inicio a 14 de Julho de 1863 por iniciativa do Padre Martinho António Pereira da Silva que em 1871 mandou colocar no cimo da montanha uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, tornando-se no fundador de um dos maiores centros de devoção mariana, depois do Santuário de Fátima. Condiz e honra a cidade que o arcebispo D. Diogo de Sousa no século XVI arquitectou para enobrecer a “Roma Portuguesa”, Braga.

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O santuário da Penha é dos centros de peregrinação mais importantes do norte de Portugal, ali afluem muitos fieis sobretudo durante o Verão. Situado no Monte da Penha ou Monte de Santa Catarina, para além do santuário, o ponto mais elevado da Penha está assinalado com uma estátua do Papa Pio IX. Devido às características naturais, a Penha constitui sem duvida um dos principais pólos de atracção da cidade de Mumadona Dias, Guimarães.

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 Antes de ser elevada a cidade, em 20 de Janeiro de 1848, a hoje designada Viana do Castelo, chamava-se apenas “Viana” ou também “Viana da Foz do Lima” ou “Viana do Minho” para a distinguir de Viana do Alentejo. Capital de Distrito e sede de Diocese, desde 1977, Viana do Castelo é actualmente um cidade notável pelo seu património paisagístico, histórico e de lazer, bem patente no Monte de Santa Luzia, em igrejas, como a sé, no rio e no mar que lhe dão valor e granjeiam admiração.

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 22:14

18
Fev 16

 

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Agora com computador quase novo vou procurar habituar-me ao seu funcionamento e começo por fazê-lo apresentando duas fotos antigas que tenho de dois santuários nortenhos de que sou admirador. Um deles é o Bom Jesus do Monte, de Braga cartão de visita.

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Outro é o de Santa Luzia, que a Viana do Castelo atrai devotos e turistas de todos os cantos da terra. Só visto porque contado não se percebe.

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 13:50

28
Mai 15

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Localizado no distrito de Braga, o município de Terras de Bouro era um concelho que até 2005 tinha a particularidade de não estar sediado numa localidade com o mesmo nome, só então, a Vila de Covas, da freguesia de Moimenta passou a ser designada por Vila de Terras de Bouro, pondo fim a essa originalidade. Desta encantadora terra portuguesa comentou Torga, no Diário VII: “….Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles. Acumularam-se e harmonizaram-se aqui tais forças e contrastes, tão variados elementos de beleza e de expressão, que o resultado lembra-me sempre uma espécie de genialidade da natureza.» S. Bento da Porta Aberta, Caldas do Gerês e Vilarinho das Furnas são três dos principais pontos de atracão de quem visita esta privilegiada parcela de território minhoto que das águas do Homem e do Cavado recebe frescura e força anímica.

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 Do religioso vale dizer: O culto a S. Bento, em Rio Caldo, deve a sua origem à influencia dos monges de Santa Maria de Bouro. Em 1640, é construída a primitiva ermida, numa pequena elevação. Segundo a tradição, esta possuía um alpendre, como a maioria das capelas do alto dos montes, e tinha sempre as portas abertas, servindo de abrigo a quem passava….daí lhe terá advindo a designação de S. Bento da Porta Aberta. O actual Santuário é recente. Iniciou-se a sua reconstrução em 1880 e concluído em 1895. São dignos de realce os painéis de azulejo da capela-mor, que retratam a vida de S. Bento, assim como o retábulo de talha coberto a ouro. Devido ao numero de peregrinos, em 1998, foi inaugurada a actual Cripta.

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De termal e lazer destacamos o que é um: “Verdadeiro local de cura, repouso e turismo. No Gerês poderá usufruir de um conjunto diversificado de experiências e sensações, que passam pelo terapêutico, passeios no Parque Nacional a pé e a cavalo, desportos náuticos e passeios culturais e turísticos. Num desses passeios recentes uma sobrinha minha veio de lá encantada e falou-me do que viu com tanto entusiasmo que me despertou vontade de fazer um post dedicado a esta zona dos meus encantos. Um muito obrigado à Helena.

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Das Furnas que tanto gostou realço o que relatou o Publico, em 23/08/2009, ouvindo um dos antigos moradores da aldeia de Vilarinho das Furnas: “O antigo morador vive hoje em Vila Verde e é um dos 30 antigos moradores que quis regressar a Vilarinho para acompanhar a apresentação do projecto NaturParque. Desde 1971 que ninguém aqui mora, depois de preparado o caminho para a subida das água do rio Homem. Mas, em ocasiões como esta, os vilarinhenses aproveitam para regressar às origens. Especialmente a 8 de Dezembro, dia da padroeira da aldeia, Nossa Senhora da Conceição. Ano após ano, os antigos moradores continuam a aproveitar a data para se encontrarem, lembrando as velhas festas no coração da aldeia. "Íamos de porta em porta chamar os convidados", lembra João Rodrigues. A ementa era composta habitualmente por cabra com batata e arroz de miúdos. Para a sobremesa ficavam as rabanadas, feitas com pão espanhol, quando a fronteira se atravessava ilegalmente. Os antigos moradores não perderam o contacto entre si, especialmente desde que, em 1985, criaram a associação A Furna, empenhada na preservação da aldeia comunitária. Hoje, para os que sobreviveram a quatro décadas, as memórias da vida na aldeia confundem-se com as do seu fim. "Vem aí a presa." A frase verbalizava o receio de desaparecimento da aldeia nos anos que antecederam o enchimento da albufeira. A "presa" começou a ser uma realidade cada vez mais próxima, até que, em 1971, foi preciso meter toda a aldeia em carrinhas e tirá-la dali. A diáspora de Vilarinho espalhou-se por vários concelhos do Norte e para emigração, mas alguns moradores ficaram a viver ali perto, na povoação vizinha de S. João do Campo”. Resta para memória o edifício do Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas, mandado fazer, em 1981, pela Câmara de Terras de Bouro. O qual tem  por curiosidade, o facto de ter sido construído com pedras de casas da aldeia que foi submersa (a 21 de Maio de 1972) pela barragem. Aqui está patente uma exposição que procura homenagear o povo de Vilarinho das Furnas.

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Sem duvida uma das regiões mais belas de Portugal e que notabiliza um concelho de montanha, com dezasseis freguesias que se distendem pelas serras do Gerês e Amarela e pelos vales dos rios Homem e Cavado: Terras de Bouro

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 10:41

22
Mai 15

 

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Fátima; altar do Mundo

          Quando se fala ou escreve sobre um assunto que nos é familiar fazemos-o com tanto à vontade que muitas vezes nos esquecemos que nem todos os ouvintes ou leitores têm a mesma informação que nós. Isto acontece e aconteceu comigo ao redigir o post que intitulei Irmãos na Fé e que mereceu um reparo por parte de um leitor chamando a minha atenção para o modo como pretendi transmitir a forma de fazer uma “Romaria”. E de facto tem razão visto que no 3º paragrafo, linhas 1,2 e 3, ao pretender transmitir do que consta esse evento, escrevi: “A “romaria” é uma visita a Nossa Senhora feita com amor filial. Rezam-se três terços do Rosário: na ida reza-se o terço do dia anterior; no santuário, reza-se o terço do dia; e no regresso, reza-se o terço do dia seguinte”. Na realidade não fui explicito, esquecendo-me que nem todos os cristãos sabem o nome atribuído a cada um dos mistérios do Rosário, nem o das cinco dezenas com que formam cada Mistério. Para evitar ser enfadonho não vou enumerar os mistérios e as dezenas de cada um, mas vou deixar os títulos e os dias da semana em que a Igreja propõe serem recitados. Assim: Mistérios Gozosos ( Segunda e Sábado); Mistérios da Luz ( Quinta-feira) ; Mistérios Dolorosos ( Terça e Sexta-feira); Mistérios Gloriosos ( Quarta-feira e Domingo). Agora já se percebe melhor o que antes pretendi dizer, se a “Romaria” for por exemplo num sábado, que é dia dos Mistérios Gozosos; na ida, reza-se os Dolorosos, que são os de Sexta-feira; no santuário os desse dia, que são os Gozosos ; e no regresso reza-se os Gloriosos que são os de domingo

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Sameiro (Braga)

          Não sendo aquela descrição pormenorizada que se devia fazer, serve para de base a um penhorado bem haja a quem me chamou atenção deste meu lapso, pois sei que aconselhar não é condenar. Temos aí o Domingo de Pentecostes, mas o mês das “romarias” só acaba no dia 31.

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 21:43

15
Mai 15

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"Iteiro da Senhora", do lado sul.

Quem ainda não perdeu a memória dos bons e maus tempos doutrora, recorda-se por certo das festas e romarias que no Monte Farinha faziam a delícia do povo de Basto sempre que era chegada essa ocasião. Por caminhos e atalhos, na véspera ou no próprio dia, era um ver subir os festeiros monte a cima, de farnel na giga ou na “saquita”, apressados para não faltarem à missa e ao sermão da festa. Cumprido o dever de cristão para com Nossa Senhora da Graça cuidava-se então do estômago e vai de estender a toalha e abrir o farnel.

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Santuário com a fachada para poente

Os arraiais e as tardes tinham as bandas de música para animar; e pelo Santiago também os arraiais de porrada tinham fama e proveito, rezam as crónicas. Mas é da festa da Ascensão que quero falar porque tenho à mão um programa de 1964 que gostava de ver os meus amigos compara-lo com o mais atual. No velho programa, constava: “ FESTA DA ASCENSÃO – NO- Santuário de Nª Sª da Graça – EM- MONDIM DE BASTO – Domingo, 10 de Maio de 1964. Confissões: das 8 às 9 horas e das 10 às 11, 30 horas. MISSA REZADA: ás 10 horas. MISSA CANTADA: às 12,30 horas. Sermão por um distinto Orador Sagrado. No final – Procissão. Abrilhantará a Festividade a BANDA MONDINENSE. Freguesia de Vilar de Ferreiros do Concelho de Mondim de Basto. Subi, em oração, Povos de Basto ao Alto do Monte Farinha. (Tip. Moderna-Celorico de Basto -200 ex.25-4-964)”.

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Altar-mor do santuário

No deste ano que vai ter lugar no próximo domingo, dia 24, além dos pontos de reflexão propostos a cada uma das paróquias do Arciprestado do Baixo Tâmega, o programa reza: “ 24 de Maio 2015. Festa da Ascensão e Pentecostes. Peregrinação anual do Arciprestado do Baixo Tâmega. Festa da Família. Programa: 08:00h Missa. 09.00h Inicio da Caminhada (Fonte Salgueiro). 10.00h Inicio da Procissão com Andor de NªSª da Graça no Largo de S. Tiago. 11.00h Missa Solene presidida pelo Padre José Carlos. 12.15h Procissão de Encerramento e Adeus à Virgem. A Liturgia fica ao encargo da Unidade Pastoral de Ribeira de Pena. Alto do Monte Farinha. Vilar de Ferreiros – Mondim de Basto”.

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Adro-esplanada nas traseiras do santuário

Pela minha parte confesso que em relação ao tempo em que a Festa da Ascensão era festejada com foguetes, musica e promessas de amortalhados em caixão, as festas actuais por muito que tentem deixam muito a desejar, mesmo que o objectivo seja dar-lhe uma configuração mais piedosa e conforme com a fé cristã. A verdade é que não cativa a maioria dos fieis e devotos que sobem ao Monte Farinha. Sobem alegres e descem desacorçoados, quando para alegrar o ambiente, Mondim tem uma Banda Filarmónica; Vilar de Ferreiros, os ranchos de Vilar e Vilarinho, os Bombos, além dos respectivos grupos corais da paróquia.

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Panorâmica recolhido de santuário sobre a aldeia de Vilar de Ferreiros

É preciso ocupar este pessoal, pois só assim os peregrinos e romeiros de Nossa Senhora da Graça percebem que são bem acolhidos e por isso forçados a serem generosos. Quem parece não ser muito generosa é a EDP que continua a negar a electrificação publica ao recinto do Santuário. Que não seja chantagem por causa de Fridão….O concelho tem muito onde economicamente se destacar, turismo, floresta e energia eólica se todo bem explorado dá pano para mangas, e o resto a agricultura e o comercio apronta a fatiota bem aprontada.

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 14:50

06
Mai 15

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Nascente do rio Tâmega, na serra de São Mamede ( Espanha)

         Ultimamente tem sido muito badalado na impressa que a barragem do Fridão está mesmo para arrancar como praga das águas do Tâmega, e destruição da paisagem natural da sedutora região de Basto. Do que penso acerca desse monstro aquoso que por ambição de uns tantos, se permite deixar construir, empobrecendo o património local com um charco de água estagnada que vai alterar todo o sistema ecológico já disse o suficiente. No entanto não deixo de estar atento, e interessado no acompanhar o evoluir desta situação gerada por outros valores que não são os de quem ama a terra onde nasceu. E por isso também atento a ver quem são os mondinenses que como eu amam a sua terra e admiram o que de belo ela tem para oferecer aos nascidos lá, e aos visitantes que sabem apreciar as belezas com que Deus dotou locais privilegiados como Mondim de Basto. Numa das primeiras ocasiões em que abordei este assunto foi despertado pelo blog “Serra e Sonho” de Maria Elísia Ramos, uma ribeira-penense que, ao tempo, comentava: “ O Tâmega que nasce no Maciço Central galego, perto de Albergaria (Vilar de Bárrio/ Laza), entra em Portugal pela fronteira de Chaves, e desagua no rio Douro, em Entre-os-Rios. Aqui, com a barragem do Torrão, se fez o primeiro atentado ao rio, o que levou que por ocasião da catástrofe da ponte muitos atribuíssem o desastre às descargas dessa barragem”. Logo pensei para comigo: tens razão, mas o dinheiro tem muita força e o nosso povo é sereno.

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          Não me enganei, as reuniões de gabinete surgem e as decisões guisadas saem dali empacotadas para impingir ao pagode como definitivas. Mas convém ter presente que o povo é sereno, mas não alheio ao que se passa à sua volta e com mais ou menos impulsão no momento azado responde, sem precisar de levantar a voz. Muitos são os que ainda se revelam defensores declarados do património natural do seu torrão-natal; a esses presto a minha homenagem, como também a todos que não sendo nossos conterrâneos sabem reconhecer e louvar aqueles que se preocupam em o defender. E não carecemos de consultar arquivos empastados, na obra que Luís Jales de Oliveira consagrou ao Tâmega, sob o titulo “Corre-me um Rio no Peito”, e um dos filhos adoptivos da região descreve, em prefácio, o que conhece e reconhece no consagrado autor mondinense. Mas nada como pegar no texto que o distinto médico e cronista de reconhecido mérito, Dr. José Alberto de Faria, plasmou no pórtico da obra: “ E vós Tágides minhas, pois criado... (Luís de Camões in "Os Lusíadas"- Canto I, estrofe 4).

Que pretensão a minha a de invocar o maior poeta português para falar de Luís Jales de Oliveira, um poeta Tamecano, como o próprio se intitula.

            Este meu intento não é gratuito mas antes uma tentativa, se calhar vã, de informar o mundo de que todos os poetas têm as suas musas, (que podem até não ser as filhas dos deuses Gregos  Mnemosine e Zeus  criadas para cantarem a vitória dos deuses de Olimpo sobre os Titãs filhos de Urano ...).

             Luís Oliveira tem nas Tamegides as suas musas inspiradoras que percorrem o rio Tâmega desde a sua origem em terras Galegas, até à sua foz no rio Dourado, particularmente insinuantes nas Terras de Basto, deliciando-se a conversar com os Deuses do Monte Farinha, onde Luís Oliveira também procura o seu apoio e inspiração. A estes já o narrador poeta dedicou uma obra, à qual deu o nome de "Os Segredos da Pirâmide Verde" .

             Na presente obra "Corre-me um Rio no Peito"  , uma compilação de citações ao Rio e ao seu poder, nota-se a inspiração constante na turbulência do rio enraivecido pelas musas zangadas em dias de invernia ... dificuldades e dos remoinhos traiçoeiros ... e a suavidade de espelho de água em lira de Erato  em dias calmos de Verão ... fui suavemente embalado pelo cântico do rio...

              Talvez por saber que o Rio me "obrigou" a ficar por estas terras, ... pescadores de bogas modernizados... também o poeta e Amigo me "obrigou" a falar desta sua obra. Difícil não é, mas sim impossível, já que se trata de um grito lancinante contra a transformação de águas doces e cristalinas ... água viva, liquido amniótico, plasma espesso e visceral...numa sopa verde e quente de algas desenvolvidas pela matéria orgânica.

               Alterar o curso natural do rio Tâmega,... nas covinhas dos calhaus, na ebulição dos cachões...é para Luís Oliveira, o acabar com as origens, o fim do poeta, a destruição e morte das suas fontes de inspiração.

                O poeta, de isso me dá conta, continuará a lutar de caneta na mão contra o conformismo e protegerá as suas musas até que a mão lhe doa.

Que Tamóbrigo te ajude”.  Com este post quero prestar a minha homenagem a um insigne mondinense que ama, como os que amam de verdade, a sua terra, e aproveito para repudiar o que de intruso venha destruir o que de mais belo tem a região de Basto: o seu Património Paisagístico!

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 16:57

06
Abr 15

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          Jorge Joaquim Lage, filho de Eugénio Augusto Lage e de Quitéria das Dores, nasceu em Chelas, freguesia de Cabanelas, concelho de Mirandela, em 06/04/1948, embora o registo civil ateste a data de 25/06/1948. Fez a instrução primária na sua aldeia. Continuou os estudos no Colégio Marista dos Pousos – Leiria, onde concluiu o 5.º ano liceal em 1966. Em 1967, estudou no Colégio de Nossa Senhora da Boavista – Vila Real e concluiu o 6.º e 7.ºano liceal.Em 1969, tirou o Curso de Oficiais Milicianos (Escola Prática de Infantaria – Mafra) e, em 1973, o Curso de Promoção a Capitães (comandou uma subunidade na ex-Guiné Portuguesa – 1973/74), possuindo hoje a patente de Coronel do Exército.

          Licenciou-se em História, em 1977, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. E mais não digo deste ilustre trasmontano que da castanha é especialista e da cultura popular paladino de renome.

 

 

 

 

publicado por aquimetem, Falar disto e daquilo às 17:04

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